Morre Carlos Saura, renomado diretor espanhol, aos 91 anos
Cineasta dirigiu filmes aclamados, entre eles ‘Cría Cuervos’ e ‘Carmen’, e conquistou a admiração de colegas como Luis Buñuel e Stanley Kubrick

Morreu nesta sexta-feira, 10, o cineasta e roteirista espanhol Carlos Saura, aos 91 anos, de insuficiência respiratória. Nome respeitado no cinema europeu, Saura dirigiu produções que ganharam status de cult, como Cría Cuervos (1976), Mamãe Faz 100 Anos (1979) e Carmen (1983) — os dois últimos indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Prolífico, Saura soma mais de 50 títulos em sua filmografia. O mais recente foi o documentário Las Paredes Hablan, de 2021, no qual ele explora a origem da arte e sua evolução a partir da relação dos seres humanos com paredes usadas como telas. Criativo e provocativo, Saura conquistou elogios de diversos cineastas tão peculiares quanto ele, caso de Luis Buñuel e Stanley Kubrick, ambos admiradores do espanhol.
https://www.youtube.com/watch?v=ZlYFgPfzYyQ
Saura começou a se interessar pelo cinema na adolescência, a partir da paixão pela fotografia. Nascido em Huesca, uma cidade pequena da Espanha, ele se mudou para Madrid com o intuito de se tornar um engenheiro — porém, acabou se envolvendo ainda mais com sua verdadeira vocação e trocou de faculdade. Começou a rodar curtas na década de 50 e se dividiu entre a produção de seu material e o trabalho de professor até a chegada da ditadura franquista, que o fez deixar a universidade. A política e dilemas sociais do país se tornaram temas recorrentes em sua obra, enquanto ele trafegava por experimentações artísticas.
Ao longo de sua trajetória, foi aclamado por festivais europeus, como Berlim e Cannes. Venceu o Bafta e o Goya, entre outras honrarias.