Como ‘The Flash’ foi de aposta da DC a fiasco de bilheteria
Filme decepcionou na hora de atrair o público – e a má fama do astro-problema Ezra Miller se revelou um problema maior do que esperado
O inferno astral da DC Studios, responsável pela adaptação das tramas de heróis como Batman e Superman, ainda está longe de chegar ao fim. Encavalando lançamentos de pouco apelo com a crítica e o público, como o sofrível Adão Negro – e até mesmo o engavetamento de um filme pronto –, o estúdio apostou alto ao lançar, há duas semanas, The Flash, estrelado por Ezra Miller. Em seu primeiro fim de semana em cartaz, a produção deixou a desejar nas bilheterias americanas – somado ao resultado mundial, o número até foi expressivo: o longa arrecadou 130 milhões de dólares no total. Mas o baque definitivo se revelou nesta segunda-feira, 26, com os dados da segunda semana em cartaz: The Flash caiu mais de 70% no mercado americano e ficou atrás das animações Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e Elementos. Para pagar todo o investimento feito nele, o longa precisa passar de 600 milhões de dólares em bilheteria — por hora, ele está com 210 milhões.
A queda vertiginosa comprovou uma suspeita que assombrava a produção: é real a rejeição ao astro-problema Ezra Miller. Apesar de ser um filme de qualidade superior em comparação aos longas mais recentes da casa, The Flash não conseguiu amenizar a sequência de polêmicas nas quais o ator de 30 anos se envolveu nos últimos anos, entre elas acusações de agressões e até mesmo prisões. O discurso de redenção, no qual ele afirma estar se tratando de problemas mentais agravados por abusos na adolescência, parece não ter sido suficiente para atrair a simpatia do público.
Antes mesmo de se tornar rosto familiar ao noticiário policial, Miller já enfrentava outra rejeição. Em exibição desde 2014 no canal pago Warner, e também na Netflix, a série The Flash transformou o ator Grant Gustin, que dá vida ao herói na atração, um queridinho do público – e não faltou torcida para que ele repetisse o papel nos cinemas.
À beira de uma reformulação drástica, com James Gunn, de Guardiões da Galáxia à frente, marcada para começar em 2025, a DC Studios ainda prevê lançar neste ano um filme com Aquaman e Besouro Azul – que traz a brasileira Bruna Marquezine no elenco. Fica a dúvida se algum deles vai lavar a alma do estúdio antes da aguardada mudança.