Em Cartaz

Por Raquel Carneiro

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Cultura

Como ‘Homem com H’, sobre Ney Matogrosso, repara erro do filme ‘Cazuza’

Produção em cartaz acompanha história do músico e seus casos amorosos, entre eles com o roqueiro

Por Raquel Carneiro SEGUIR SEGUINDO 8 Maio 2025, 10h41

Jesuíta Barbosa impressiona pela entrega ao interpretar Ney Matogrosso em cinebiografia Homem com H (Paris Filmes/Divulgação)

Em um dos muitos momentos emotivos do filme Homem com H, cinebiografia de Ney Matogrosso, em cartaz nos cinemas, o cantor de voz inigualável se envolve com Cazuza, outro músico que deixou sua marca na cultura brasileira. “Fui completamente apaixonado, mas era difícil conviver com os dois Cazuzas que havia nele. No lado público, se mostrava agressivo, louco, bêbado e cheirava muito pó. Já na intimidade, era o oposto. Foi uma das pessoas mais encantadoras que conheci. A relação durou três intensos meses”, disse Matogrosso em entrevista para as Páginas Amarelas de VEJA. É exatamente assim que o filme, dirigido por Esmir Filho e com Jesuíta Barbosa na pele de Ney, retrata a relação dos dois — após o fim do romance, eles criaram uma forte amizade: foi Matogrosso, aliás, quem dirigiu a última turnê de Cazuza.

O retrato, com direito a cena de sexo, corrige um erro da história do cinema. No filme Cazuza – O Tempo Não Para, de 2004, dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho, que narra a trajetória do compositor, Ney Matogrosso é totalmente ignorado. Na época, a desculpa dada ao cantor foi que ele seria “tão grande que não caberia no filme” — o que lhe deixou chateado.

Assim, Homem com H faz justiça a essa relação. “O Cazuza sempre esteve no projeto”, disse a VEJA o diretor Esmir Filho. “O recorte do filme é a relação do Ney com o pai e seus amores e afetos ao longo da vida.” Segundo o cineasta, a vantagem de Homem com H é a possibilidade de olhar para o Cazuza através dos olhos de Matogrosso. “O Ney me dizia: ‘todo mundo conhece o Cazuza irreverente, mas poucos conhecem o Cazuza que comigo era amoroso, carinhoso, que falava baixinho.” Filho conta que encontrou essa doçura no ator Jullio Reis, que interpreta o músico na produção.

“Houve uma despedida artística muito forte entre eles que foi a turnê O Tempo Não Para, que está no filme do Cazuza de 2004. Agora retratamos essa turnê com a presença do Ney, que foi quem desenhou a luz do show, que escolheu a roupa do Cazuza e que colocou O Tempo Não Para no repertório.”