Catherine Deneuve, a musa francesa que abraçou as agruras do envelhecer
Atriz homenageada no Festival de Veneza falou sobre a fama de símbolo sexual e as oportunidades para atrizes mais velhas em Hollywood

A atriz Catherine Deneuve causou alvoroço em Veneza, em 1967, quando estrelou o sensual A Bela da Tarde (Belle de Jour), filme do espanhol Luis Buñuel (1900-1983), e vencedor do Leão de Ouro. Passados 55 anos, Catherine agora foi a homenageada do mesmo festival italiano, levando para casa um Leão de Ouro por sua prolífica carreira. Aos 78 anos, a musa francesa disse na coletiva de imprensa do evento, que começou nesta quarta-feira, 31, que acredita ter melhores oportunidades sendo uma atriz mais velha na Europa do que nos Estados Unidos. “Sei que [Hollywood] mudou muito, mas ainda acho que a Europa é melhor em relação a isso”, afirmou.

A questão da aparência é algo que vira e mexe volta à tona quando o assunto é Catherine. Apesar de ser uma atriz excelente, ela costuma ser lembrada por sua beleza incontornável. Curiosamente, no evento italiano, a francesa afirmou nunca ter se considerado um símbolo sexual. Em 2007, então com 60 e poucos anos, ela disse para uma revista que nunca faria cirurgia plástica e que mantinha a pele renovada com o uso de bons cosméticos. Nas fotos divulgadas nesta quarta-feira é fácil notar que, assim como tantas outras beldades da indústria, Catherine é, sim, adepta de procedimentos estéticos, mas menos invasivos. A vaidade, porém, não a desfigura nem a descola de sua idade. Uma prova de que se adaptar às marcas do tempo é melhor do que travar uma guerra inútil contra elas.