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Caso ‘Rust’ expõe morbidez de Hollywood ao tentar lucrar com uma tragédia

Filme com Alec Baldwin não só vai ser finalizado, mesmo após morte de diretora no set, como ainda será feito um documentário sobre ela

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 fev 2023, 08h00

O inimaginável acontece: uma arma na mão de um ator, durante a filmagem de um faroeste, dispara e mata uma pessoa. Assim, o filme Rust, com Alec Baldwin, foi parar nos noticiários há mais de um ano – e de lá não saiu: o ator testava um ângulo quando atirou e matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins. Baldwin e a produtora Hannah Gutierrez-Reed, responsável pelas armas no set, irão responder judicialmente por homicídio culposo — ou seja, sem a intenção de matar. Era de se esperar que a produção do filme encerrasse de vez os trabalhos, engavetando o que tinha sido feito até ali. Mas no lucrativo mundo de Hollywood, as decisões nem sempre giram em torno do que é ético a se fazer. 

A produção do filme foi retomada e está prevista para terminar em breve, com Baldwin de volta às funções de ator e produtor. Halyna foi substituída pela diretora de fotografia Bianca Cline, que trabalhou na série American Horror Story. Já a profissional morta no set vai ganhar um documentário sobre sua vida, dirigido por Rachel Mason, com o apoio do viúvo, Matthew Hutchins, que vai trabalhar como produtor executivo dos dois filmes – logo, é difícil imaginar um documentário com tom de denúncia. Fica a dúvida: vai valer a pena, comercialmente, lançar um filme com um bastidor tão mórbido? Ao que tudo indica, o estúdio acredita que sim — e, infelizmente, esse bastidor trágico pode ajudar a atrair curiosos.  

A presença de Hutchins em Rust é um afago para a família entre os muitos processos judiciais em movimento, que estão sendo desenhados desde a tragédia, em outubro de 2021. Halyna foi atingida quando o ator disparou uma arma cenográfica, cujo tiro também feriu o diretor do filme, Joel Souza, que se recuperou. Posteriormente, foram encontradas cinco balas reais misturadas com balas falsas no set. Baldwin alega que lhe foi garantido que a munição contida na arma não era real. Ele também diz não ter puxado o gatilho, enquanto um relatório do FBI afirma que a arma não poderia ter sido disparada sem que o gatilho fosse puxado. Não se sabe como as balas reais chegaram ao set.

O diretor assistente David Halls, que entregou a arma carregada para Baldwin na ocasião do acidente, assinou um acordo judicial em que se declara culpado por uso negligente de arma letal. Halls não cumprirá pena de prisão, recebendo seis meses de liberdade condicional. Já Baldwin e Gutierrez-Reed enfrentam, cada um, duas acusações de homicídio culposo, com sentença máxima de 18 meses de prisão cada uma. Também há o agravante por uso de arma de fogo, com uma sentença mínima obrigatória de cinco anos.

Baldwin e os outros membros da equipe já haviam sido processados por negligência pelo diretor de iluminação do filme e pela família de Halyna por homicídio culposo. O ator, por sua vez, processou vários membros da equipe, incluindo Gutierrez-Reed e Halls, acusando-os de negligência pela entrega de uma arma carregada. Enquanto vários processos correm em paralelo, a Justiça de Santa Fé, no Novo México, onde aconteceu o acidente fatal, indiciou Baldwin e Hannah por homicídio culposo. 

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