Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

As razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemas

Após mais de uma década dominando as bilheterias, as superproduções amargam arrecadações pífias que refletem o cansaço do público com a fórmula

Por Thiago Gelli Atualizado em 4 jun 2024, 09h51 - Publicado em 24 nov 2023, 06h00

Nos quadrinhos, o lema de Carol Danvers, a Capitã Marvel, é superlativo: “Mais alto, mais longe, mais rápido”. A heroína chegou aos cinemas em 2019, vivida por Brie Larson — a produção lotou salas de cinemas no mundo, acumulando mais de 1,1 bilhão de dólares na venda de ingressos. A popularidade da personagem lhe conferiu uma vaga especial em Vingadores: Ultimato, lançado no mesmo ano, que se tornou a segunda maior bilheteria da história, somando 2,7 bilhões de dólares — atrás de Avatar, que ostenta 2,9 bilhões. Parecia uma personagem invencível na luta contra o mal e na capacidade de amealhar cifrões.

Funko Pop! Capitã Marvel

Passados quatro anos, no entanto, o cenário mudou um bocado: dez filmes depois e onze séries de TV no Disney+, o opulento universo dos estúdios Marvel entrou em queda livre. O mais recente fracasso envolve justamente a heroína Carol Danvers, uma das estrelas de As Marvels, sequência do filme de Brie Larson, agora com duas coprotagonistas, Iman Vellani (a Ms. Marvel) e Teyonah Parris (Monica Rambeau). Após duas semanas em cartaz, o longa não chegou aos 200 milhões de dólares — o montante investido foi de 220 milhões, e, para ser lucrativa, a produção deveria passar dos 600 milhões.

AUGE - 'Vingadores: Ultimato': maior bilheteria da saga soma 2,7 bilhões de dólares
AUGE - ’Vingadores: Ultimato’: maior bilheteria da saga soma 2,7 bilhões de dólares (Marvel Studios/.)

Nesse ritmo, As Marvels será o maior fracasso da história do estúdio, liderando o triste ranking que já conta com Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, também deste ano, e Eternos, de 2021. São sinais claríssimos de um vilão muito perigoso, o esgotamento da fórmula. Os roteiros manjados seguem uma lógica-padrão: nela, o protagonista passa por algum drama (uma crise existencial, por exemplo), mas se recupera a tempo de salvar o mundo — claro, sem esquecer das sequências intermináveis de lutas e efeitos especiais. Tudo tão previsível que está ficando chato até para grandes fãs.

Funko Pop! Homem de Ferro – Os Vingadores

Continua após a publicidade

Boa parte desses adeptos encantou-se por esse universo lendo os quadrinhos da Marvel, que se destacavam justamente pela criatividade. Nos anos 1960, Stan Lee sacudiu a editora de HQs ao se distanciar do estereótipo do herói imbatível com a criação do Quarteto Fantástico e, especialmente, do Homem-Aranha, personagens imperfeitos, inseguros e moralmente ambíguos.

APOIO-FILME-IRONMAN-2008-09.jpg
FRAQUEZA - Homem de Ferro (à esq.) e Loki: a fórmula original se perdeu (Zade Rosenthal/Marvel Studios; Marvel Studios/.)

Na primeira fase da transposição das HQs para as telas de cinema, as produções conseguiram manter esse espírito, como ficou claro em Homem de Ferro, que marcou em 2008 o início da febre. De lá para cá, a Marvel, sob o guarda-chuva da Disney, explodiu, e arrecadou impressionantes 30 bilhões de dólares com 33 filmes. Só que a ambição de expandir mais e mais esse universo logo virou um tiro no pé. O excesso de lançamentos fez cair até o apelo desse tipo de filme junto à geração Z: a porcentagem de espectadores entre 18 e 24 anos da atual fase da Marvel foi de 32% para 29%. Enquanto isso, as séries do Disney+ tentaram inovar, mas de forma desastrosa: inicialmente, os vilões ganharam o protagonismo, de Wandavision a Loki, duas tramas que começaram ousadas, antes de se render à velharia apocalíptica.

The Marvel Cinematic Universe – Official Timeline

Continua após a publicidade

Enquanto os heróis foram caindo na absoluta mesmice, produções como o arrasa-quarteirão Barbie deixaram evidente a maior fraqueza dos poderosos da Marvel e da rival DC: sem um roteiro decente, não há Hulk capaz de salvar o planeta-bilheteria. Vale lembrar que, numa galáxia não muito distante, o aclamado cineasta Martin Scorsese, responsável por clássicos como Touro Indomável, foi desancado por acusar o filão heroico de pobreza criativa, dizendo que os filmes eram só um “parque de diversão”. Ironicamente, o mais recente longa de Scorsese, Assassinos da Lua das Flores, está empatado em bilheteria com As Marvels. Custou um pouco menos e é bem melhor do que qualquer coisa da atual safra de super-abacaxis.

Publicado em VEJA de 24 de novembro de 2023, edição nº 2869

CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

As razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemasAs razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemas
Continua após a publicidade

Funko Pop! Capitã Marvel

As razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemasAs razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemas
Funko Pop! Homem de Ferro – Os Vingadores
As razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemasAs razões por trás da crise dos super-heróis da Marvel nos cinemas
Continua após a publicidade

The Marvel Cinematic Universe – Official Timeline

logo-veja-amazon-loja

*A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.