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Por Raquel Carneiro
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As facetas de Suzana Pires, de drama com nazistas à série ‘As Panteras’

Atriz, roteirista e empresária, ela vem se destacando em papéis inusitados enquanto se envolve ainda mais nos bastidores de projetos instigantes

Por Amanda Capuano Atualizado em 14 jun 2024, 11h59 - Publicado em 14 jun 2024, 11h58

Eva vivia uma vida pacata até a morte de seu pai adotivo. Depois do falecimento, ele deixa a ela uma caixa misteriosa. Lá dentro, estão fotos de uma mulher negra cercada de crianças brancas em uma fazenda, além de um anel com símbolos nazistas e a curiosa inscrição “Eva 1945”. Chave para o descobrimento de suas origens, a herança puxa o fio de O Anel de Eva, suspense nacional que entrou em cartaz nesta quinta-feira, 13 — e explora em uma trama fictícia a fuga real de nazista para o Brasil após a II Guerra Mundial. Protagonizado por Suzana Pires, o longa dirigido por Duflair Barradas é exemplo da versatilidade da atriz de 47 anos que, ao longo da carreira, construiu uma reputação de artista esforçada e comprometida com o trabalho.

Nascida no Rio de Janeiro, Suzana vem de origem judaica e tinha certa familiaridade com o tema. “É um assunto sobre o qual eu já leio há bastante tempo. Sou judia sefardita e escuto essas histórias desde criança, então tinha essa conexão negativa de entender a intolerância e o racismo contra uma etnia”, explica ela. Com a derrota na guerra, diversos membros do Terceiro Reich saíram fugidos da Europa: segundo documentos revelados em 2012 por autoridades alemãs, cerca de 9.000 militares e colaboradores aliados ao regime nazista fugiram para a América do Sul — o destino de até 2.000 deles foi o Brasil. “A história [do filme] podia ser real. Talvez não do tamanho que é a lenda urbana, mas com certeza nazistas fugiram para cá”, atesta citando Josef Mengele, o “anjo da morte” de Auschwitz que viveu por aqui por 18 anos — até morrer afogado no litoral paulista, em 1979.

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Suzana Pires e Odilon Wagner em cena de ‘O Anel de Eva’ (Elo Studios/Divulgação)

As diferentes facetas de Suzana Pires

Atriz desde a adolescência, Suzana é também roteirista e escritora. Para chegar a esse lugar na carreira, levou tempo: “comecei a trabalhar como atriz profissionalmente aos 15 anos, e como roteirista aos 25. Eu sempre escrevi, mas guardava tudo na gaveta porque não tinha segurança técnica”, conta ela, que foi estudar filosofia antes de entrar de cabeça no mundo da escrita. Hoje radicada em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde atua como produtora executiva na futura série Rio In Love, da Amazon, ela assumiu recentemente a adaptação brasileira de As Panteras — que será vertida em série adolescente sob o seu comando. Antes de explorar o estrangeiro, no entanto, Suzana já atuou como autora e roteirista em novelas como Sol Nascente e Flor do Caribe. Na frente das câmeras, a Ivonete, de Caras & Bocas (2009), lhe deu grande destaque televisivo e abriu caminhos para papéis em Araguaia (2010), Fina Estampa (2011), A Regra do Jogo (2015), Bom Sucesso (2019), além de um currículo extenso no cinema nacional. Mais recentemente, no streaming, a atriz deu vida à vilã Bruma, da série A Magia de Aruma, do Disney+.

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Apesar da experiência em novelas globais, a carioca conta que construiu a carreira diversificando papéis, e que foge da cartilha de que o sucesso artístico está atrelado ao número de protagonistas de novela das nove vividos por um ator. “Faço questão de estar aberta a convites que descentralizem o meu trabalho”, atesta ela. “São 32 anos de carreira construindo as coisas dessa forma, e o público reconhece isso. Sou muito mais uma artista que o povo pede abraço do que selfie”, complementa Suzana que, recentemente, viveu uma paciente oncológica no filme Câncer com Ascendente em Virgem, e raspou a cabeça para o trabalho. “Eu não levantaria da cama sem esse nível de comprometimento“, afirma, garantindo em seguida que não hesita em falar “não” para trabalhos que não conseguiria desempenhar da melhor forma possível. 

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Suzana Pires em ‘Câncer com Ascendente em Vorgem’, filme em que interpreta mulher com câncer de mama (Instagram/Suzana Pires/Reprodução)

Empreendedorismo feminino

Fundadora do instituto Dona de Si, que surgiu a partir do sucesso de uma coluna lançada em 2017 em uma revista feminina, Suzana, hoje, auxilia mulheres a construírem uma carreira na indústria criativa. “O instituto surgiu para neutralizar três dores: a sobrecarga, a opressão e a solidão”, conta ela, que, mesmo privilegiada pela fama e boas condições financeiras, diz ter enfrentado dificuldades para ascender no meio artístico dominado por homens. “Temos uma formação para mulheres serem empreendedoras de si atrelada a projetos práticos: tem oficina de moda, beleza, audiovisual, desenvolvimento de games e artesanato”, detalha sobre o instituto, que tem polos em São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro. “Além disso, oferecemos terapia, advogados. Enfim, a gente lida com a mulher como um todo”, finaliza.

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Confira o trailer de O Anel de Eva:

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