Digital Completo: Assine a partir de R$ 9,90
Imagem Blog

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca

A verdadeira Virginia que merece a sua atenção (e seus neurônios)

Em tempos de influenciadores vazios, um romance centenário se impõe como antídoto anti-ignorância

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2025, 15h25 - Publicado em 14 Maio 2025, 15h22

Entre as frases icônicas que abrem grandes romances está uma deveras peculiar. Trata-se da abertura de Mrs. Dalloway, obra mais famosa da autora Virginia Woolf (1882-1941), que começa assim: “Mrs. Dalloway disse que ela mesma iria comprar flores”. A ação simples desenrola uma série de eventos, pensamentos e divagações, que acontecem ao longo deste único dia — o que tornou a frase uma espécie de sinônimo para “fuga da realidade”. Clarissa, a Mrs. Dalloway do título, é uma socialite londrina que vive o período pós-Primeira Guerra. Sua vida parece fútil e monótona – nem mesmo era dela a tarefa de comprar as tais flores para a festa que vai sediar naquela noite. Mas sua mente é inquieta e Clarissa entende viver em uma gaiola de ouro, em um casamento por conveniência e em um ambiente mergulhado em preconceitos. 

O livro enxuto, com pouco mais de 200 páginas, foi lançado há exatos 100 anos, no dia 14 de maio de 1925, sendo um dos pioneiros da narrativa que explora o fluxo da consciência humana. Ao lado dos mestres James Joyce e William Faulkner, ajudou a instaurar o estilo literário psicológico que inspirou ninguém menos que Clarice Lispector e, ainda hoje, desafia autores. Virginia, porém, foi muito mais que “apenas” uma escritora. Pensadora e intelectual, ela cravou trincheira em meios onde mulheres não eram aceitas em sua época. Defendeu o direito feminino à independência social e financeira. Foi contra todo tipo de caretice, da literatura à vida pessoal. Criticou a guerra, os excessos da burguesia, o julgamento de classes. 

Em tempos de influenciadores vazios e irresponsáveis nas telas do celular, a literatura de Virginia Woolf se revela, ainda, um dos melhores e mais elegantes antídotos contra a ignorância e a estupidez. Que tal sair das redes sociais por algumas horas e comprar flores com Mrs. Dalloway?

A autora inglesa Virginia Woolf, em 1939 -
A autora inglesa Virginia Woolf, em 1939 – (Gisele Freund/Getty Images)

Para conhecer mais sobre Virginia Woolf

Assista o filme As Horas, disponível gratuitamente no Mercado Play e em plataformas de aluguel como Prime Video. Na produção, Nicole Kidman interpreta a autora no início do século XX, sofrendo de depressão e se esforçando para finalizar Mrs. Dalloway. Ao longo de décadas, a obra vai repercutir na vida de outros personagens. 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.