A mudança que mais incomoda no live-action de ‘Lilo & Stitch’
Adaptação de uma das animações mais queridas da Disney chegou aos cinemas com nostalgia e uma pontada de decepção

[ATENÇÃO: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS DO FILME LILO & STITCH]
O live-action de Lilo & Stitch chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira, 22, e já está arrasando nas bilheterias mundiais. Apesar de manter parte da obra original, lançada em 2002, o novo filme fez algumas mudanças incômodas aos fãs antigos da franquia. A alteração que mais decepciona é o esvaziamento da mensagem principal da história que se passa no Havaí: de que ohana significa família em havaiano, e ohana quer dizer nunca abandonar ou deixar para trás.
Na animação, a questão familiar é muito pungente. Nani é uma jovem adulta que precisa cuidar de sua irmã mais nova, Lilo, de seis anos, após a morte repentina dos pais. Como qualquer relação de irmãs, as duas brigam bastante, mas conseguem se entender. Até mesmo quando Stitch chega provocando caos, Lilo usa o termo ohana para lembrar Nani de que não podem abandonar o monstrinho, e ela cede.
Já no filme, Nani (Sydney Agudong) não dá bola para o argumento de Lilo (Maia Kealoha) e tenta fazer a menina cair na realidade de que as duas foram abandonadas pelos pais. Para piorar, no final, Nani deixa o Havaí para estudar nos Estados Unidos e cede a guarda da irmã para uma vizinha, Tutu (Amy Hill), que incentiva a jovem a seguir os seus sonhos desde o início. Aqui, ohana perdeu toda sua importância — mesmo que a personagem use uma arma de teletransporte para visitar a menina de vez em quando. A significância do amor familiar deu lugar para o “sonho americano” que, pode até ser compreensível em um filme com atores reais, mas não torna a escolha criativa menos decepcionante.
Como obra isolada, Lilo & Stitch é um bom filme de entretenimento para crianças e adultos. Já como produto de nostalgia, fica devendo e muito.
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