A histórica decisão do ‘Oscar francês’ contra violência sexual no cinema
Principal premiação do país, o César anunciou que qualquer pessoa investigada pelo crime não poderá comparecer ao evento em fevereiro

O César, mais tradicional premiação do cinema francês e considerado um equivalente do Oscar no país de Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira, 3, que qualquer pessoa investigada por crimes sexuais será banida da cerimônia que acontece dia 25 de fevereiro. “Por respeito às vítimas (mesmo as supostas em caso de acusação ou sentença transitada em julgado), decidiu-se não destacar pessoas que sejam indiciadas ou condenadas por atos de violência, especialmente violência sexual ou sexista”, declarou o órgão em comunicado.
A decisão se deu depois que o ator Sofiane Bennacer foi retirado da lista de possíveis indicados por ser acusado de estupro e violência. Bennacer, de 25 anos, era visto como favorito por seu papel em Les Amandiers (Forever Young), longa sobre um grupo de estudantes de teatro da década de 1980. Com a revelação da investigação, a organização temia repetir o cenário de 2020, quando a cerimônia foi tomada por protestos depois que Roman Polanski, condenado pelo estupro de uma garota de 13 anos na década de 1970, ganhou o prêmio de melhor diretor.
A Academia do César disse que ainda está debatendo se pessoas com alegações e condenações de má conduta sexual devem ser totalmente banidas de futuras indicações e prêmios. Até agora, acusados de violência sexual não são considerados inelegíveis, mas não podem comparecer à cerimônia. Além disso, caso o prêmio vá para alguém com pendências na Justiça, “ninguém poderá falar em seu nome”, afirmou a organização em uma carta.