A autora que explode em vendas a cada vitória de Donald Trump
Crítica do presidente eleito dos Estados Unidos, Margaret Atwood voltou aos mais vendidos do país
O livro O Conto da Aia é um caso peculiar no mercado editorial. Lançada em 1985, a distopia escrita por Margaret Atwood despontou com força nas listas de livros mais vendidos em 2017 impulsionada pela adaptação televisiva da obra, a série The Handmaid’s Tale – e também pela vitória de Donald Trump, que naquele ano assumiu a Casa Branca. “Com as eleições, o livro saltou 200% em venda”, disse a casa publicadora da autora canadense na época. Fenômeno parecido ocorreu nesta semana, quando o empresário conquistou o pleito que o levará a seu segundo mandato. Desde quarta-feira, 6, quando o resultado das eleições deste ano foi divulgado, O Conto da Aia subiu 400 lugares no ranking de mais vendidos da Amazon, ocupando atualmente o terceiro lugar da lista.
A associação entre a obra e Trump foi instaurada pela Marcha das Mulheres, protesto que se deu no dia seguinte à posse do americano em seu primeiro mandato. Na ocasião, muitas manifestantes se vestiram com o figurino vermelho das aias do livro para protestar contra as falas do político e em prol do direito reprodutivo feminino, dos direitos LGBTQIA+ e contra a discriminação de gêneros — temas tratados no livro de Margaret. Na obra, a autora imagina uma ditadura religiosa cristã nos Estados Unidos, que baniu os direitos individuais, assassinou pessoas homoafetivas e fez mulheres de escravas sexuais, usadas como meio para reprodução em um mundo no qual a natalidade caiu.
Margaret não é a única a ser impulsionada pela vitória de Trump. Diversos outros livros que falam sobre governos ditatoriais ganharam força de quarta para quinta-feira. Sobre a Tirania, do historiador Timothy Snyder, foi outro que subiu centenas de posições, chegando ao oitavo lugar do ranking. O clássico 1984, de George Orwell, uma das distopias mais famosas da literatura, também cresceu.