Caiu a casa do PT, abalou-se quase que irremediavelmente a cidadela do PSDB e agora, com a prisão do ex-presidente Michel Temer, deu-se como definitiva a cerimônia do adeus do MDB como protagonista da cena política.
Não chegou a ser uma surpresa completa, uma vez que quando Temer conseguiu evitar a abertura de processo na Câmara que poderia resultar no impeachment (ao custo da reforma da Previdência) já era consenso que a punição fora adiada, não evitada.
Mas, uma coisa é a expectativa de uma ocorrência, outra bem diferente é o impacto que ela provoca quando se materializa como fato. Temer e Moreira Franco presos com Eliseu Padilha na mira da Lava-Jato, Romero Jucá (presidente do partido) na bancada dos réus, Geddel Vieira Lima na cadeia sem perspectiva de soltura, José Sarney fora de combate, Renan Calheiros derrotado para a presidência do Senado tentando assumir a liderança de uma oposição inexistente e Sérgio Cabral detonando a companhia, o cenário no MDB é de perda total.
Ruim para o presidente Jair Bolsonaro que não poderá contar com o garantidor de todos os governos, pior para o partido cuja trajetória de coadjuvante poderoso se encerra de maneira melancólica, constrangedora e, a julgar por suas ações deletérias no poder, merecedora da punição final.