Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Dora Kramer

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Coisas da política. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Muro de contenção

Seja qual for o inquilino do Planalto, à sociedade cabe o poder moderador

Por Dora Kramer Atualizado em 4 jun 2024, 16h44 - Publicado em 19 out 2018, 07h00

A fim de lidar com a vida como ela é, tratemos logo de início de deixar de lado o artifício do falso equilíbrio factual e vamos ao fato: a eleição está decidida. Não apenas porque as pesquisas indicam uma dianteira consolidada e crescente de Jair Bolsonaro ante o aumento da rejeição a Fernando Haddad, mas principalmente porque os petistas já fizeram tudo o que podiam (não necessariamente o que deveriam) sem obter efeito algum, e o candidato do PSL não precisa fazer mais nada para alcançar o resultado pretendido.

À extensa lista de infrações legais e morais cometidas ao longo de três governos e meio, nesta campanha já em via de chegada o PT acrescentou erros crassos equivocadamente tratados no noticiário como “estratégias”. Da insistência na candidatura impossível de Luiz Inácio da Silva ao dístico “Lula livre”, indo pela retomada programática do passado e culminando com a conversão súbita ao dito pelo não dito no segundo turno, o partido só fez reforçar as razões do modelo rejeitado pelo eleitorado que Bolsonaro soube cooptar, jogando com a manipulação de emoções negativas.

Mas tudo isso caminha para um terreno de águas passadas que ao PT caberá revolver ou insistir em nelas navegar. Daqui a praticamente uma semana, o país estará diante de nova realidade à qual vai precisar se adaptar. E nesse barco estamos todos nós: os de oposição e os de situação. Aos vencedores, aí incluídos os governantes e seus eleitores adeptos do lema “É melhor já ir se acostumando”, conviria que também fossem se acostumando com um cenário que provavelmente não seja aquele contido nas respectivas imaginações e projeções exacerbadas.

Um país diverso, complexo, provado, comprovado e aprovado nos vários testes de firmeza institucional a que foi submetido desde a redemocratização não pode nem aceita ser dirigido como um quartel. A sociedade brasileira resistiu e continua resistindo a investidas autoritárias e a manobras de caráter infrator, muitas tentadas pelo PT, que não conseguiu manipular o Judiciário como pretendia, não obteve êxito em controlar os meios de comunicação nem pôde levar a termo o plano de conquistar hegemonia absoluta sobre grupos, pessoas, partidos, instituições e entidades inicialmente traçado por seus dirigentes. Outras dessas tentativas foram engendradas pelo Congresso para “estancar a sangria” das investigações de corrupção e acabaram por varrer seu mentor-mor (Romero Jucá) do mapa do Parlamento.

Continua após a publicidade

Retrocesso não é ato unilateral de vontade, muito menos num ambiente eivado de contraditórios como o nosso. Se os candidatos foram obrigados a amenizar seu discurso, por mais razão terá o eleito de se enquadrar nos ditames da Constituição. Quanto mais poder, mais cuidado para exercê-lo terá de ter quem não pretende perdê-lo antes do tempo regulamentar. A regra será ditada pela sociedade, pois é a ela que cabe a prerrogativa de poder moderador. Inclusive para moderar a si e a seus radicais. Não o fez com o PT quando era tempo, e deu no que deu.

Publicado em VEJA de 24 de outubro de 2018, edição nº 2605

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.