Medir gás carbônico no ambiente pode ajudar a avaliar risco de transmissão
Purificadores de ar do tipo HEPA são um importante aliado para sabermos, durante a pandemia, quão terrível é o ar em recintos fechados

8 de fevereiro, 10h37: Totens de álcool em gel e pessoas aferindo a temperatura das outras no punho (!!!) são o novo normal neste segundo ano de pandemia. Mas com a retomada gradual de comércios e de aulas semipresenciais “seguindo todos os protocolos”, medidas como essas estão longe de significar um ambiente seguro contra infecções. Enquanto nos entupimos de sanitizantes nas mãos e nas superfícies, cientistas reúnem cada dia mais evidências que mostram que o novo coronavírus é transmitido pelo ar e que ambientes fechados, com pouca ventilação ou climatizados por ar condicionado são fontes de alto risco de contaminação. Basta que uma pessoa esteja infectada – inclusive de forma assintomática – para que uma sala de aula, consultório ou escritório se transforme em um verdadeiro covidário.
Por isso, para além de espalhar álcool por cada milímetro de um escritório, uma alternativa para avaliar o risco de transmissão do vírus em ambientes fechados é, por exemplo, medir a concentração de gás carbônico no recinto. Quanto mais alto o nível do gás expirado na respiração, maior a necessidade urgente de se ventilar o local. Abra portas, janelas, use ventiladores (e não ares condicionados). Segundo a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Sabin Institute, em Washington, é recomendável também usar um purificador de ar com filtro de alta eficiência, conhecido como HEPA. A ideia é que esses filtros, capazes de capturar micropartículas a partir de 0,01 micrômetro já usados em ambientes hospitalares e aviões, contenham microrganismos que podem transportar o vírus.
De acordo com Garrett, ao medir os níveis de gás carbônico em um ambiente fechado, se o volume de dióxido de carbono for maior que 1.000 partes por milhão (ppm), é alta a probabilidade de transmissão do vírus se houver uma pessoa doente no mesmo recinto. Estar em um local com concentração maior que 2.000 ppm, afirma, seria “inaceitável”. Os purificadores de ar HEPA devem ser ajustados para o tamanho do ambiente para serem realmente eficientes.
Um estudo publicado no portal científico Science Direct mostra que o SARS-CoV-2, quando espalhado no ar, pode permanecer infeccioso por pelo menos três horas. Já imaginou o risco de contaminação em um consultório odontológico hermeticamente fechado com o paciente, de boca aberta e obviamente sem máscara, à mercê do vírus?