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Cristovam Buarque

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O mapa para a COP31

É preciso adotar a educação para enfrentar a tragédia ecológica

Por Cristovam Buarque Atualizado em 28 nov 2025, 12h26 - Publicado em 28 nov 2025, 06h00

Não deveria causar espanto o fato de a COP30 não ter incluído em suas decisões um “mapa do caminho” para o mundo abolir o uso de combustíveis fósseis (leia a reportagem na pág. 52). Porque, embora busque soluções para o problema das mudanças climáticas no planeta, a COP reúne países independentes, cada um com interesses nacionais e imediatos. Com seus eleitores mais preocupados com o preço da gasolina do que com o nível do mar, fica difícil adotar uma estratégia de conjunto que implique sacrifícios para cada pessoa e cada país. O governante toma decisões comprometido com o presente de sua população, não com o futuro da humanidade.

O presidente Lula, que defendeu a ideia do “mapa do caminho”, sempre comemorou o aumento da produção de petróleo, e na véspera da COP autorizou pesquisa para sua exploração no litoral da Amazônia. Como humanista, ele formula e defende o caminho para proibir o uso do petróleo; como político, é obrigado a promover e comemorar o aumento da produção e do uso. As grandes transformações das últimas décadas provocaram um divórcio entre o humanismo planetário e a democracia nacional. Cada país é um pedaço do mundo, mas na COP o mundo é a soma dos países. Os cientistas e ativistas que se surpreendem com a recusa ao “mapa do caminho”, necessário para evitar o ponto de não retorno na temperatura do planeta, podem defender seus pontos de vista porque suas funções não dependem dos votos dos eleitores. Os governos representam seus eleitores querendo aumentar o consumo, não a humanidade buscando evitar catástrofes planetárias.

“A solução para a crise ambiental vai exigir uma transição na mentalidade dos eleitores”

Mesmo os poucos políticos comprometidos com a ecologia, que defendem o “mapa do caminho”, em vez de decidirem fazer a parte que lhes cabe, exigem compensação para financiar a transição energética. O problema não está apenas nos países produtores, mas também nos eleitores consumidores de petróleo, não importa o país. A mentalidade da sociedade industrial, consumista e global não permite o compromisso efetivo com uma estratégia de curto prazo para a abolição de combustíveis fósseis. A substituição deles requer trocar a ânsia de progresso baseado na produção e no consumo por uma proposta de progresso equilibrado e permanente. Além do necessário esforço imediato para a transição energética, a solução para a crise ambiental vai exigir uma transição na mentalidade dos eleitores, graças à educação da atual geração de crianças em idade escolar. Mas o tema da educação não entrou na agenda central da COP30 nem em nenhuma das anteriores.

Quem teve acesso, durante a COP30, ao livro Uma Conversa com Carlos Nobre: o Sonho da COP, publicado pela Fundação Astrojildo Pereira, não se surpreendeu com a recusa à adoção do “mapa do caminho”. A COP30 mostra que a COP31 precisa de um “mapa do caminho” para seu próprio funcionamento: incluir em sua pauta o tema da transição de mentalidade dos 2 bilhões de crianças e adolescentes em idade escolar para uma consciência comprometida com um progresso harmônico entre os seres humanos e deles com a natureza. Mais do que o mapa da COP para abolir o petróleo, a humanidade precisa de um mapa para a COP: adotar a educação como elemento decisivo para enfrentar a crise ecológica. Mas aqueles que agora lamentam o fato de a COP30 não ter adotado o “mapa do caminho” energético não aceitaram colocar a educação no “mapa do caminho” da COP30.

Publicado em VEJA de 28 de novembro de 2025, edição nº 2972

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