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Coluna da Lucilia

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Um espaço para discutir bem estar, alimentação saudável e inovação

Músculos sociais

Por que os relacionamentos são importantes para a saúde

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 abr 2025, 13h24 - Publicado em 4 abr 2025, 06h00

Diariamente, somos lembrados da importância de cuidarmos do corpo e do espírito. E, no começo de abril, com mais intensidade. O motivo está assinalado na folhinha: 7 de abril é o Dia Mundial da Saúde. E ele não vem só: no dia 6, celebra-se globalmente a atividade física. Acho propício que a Organização Mundial da Saúde tenha optado por “encostar” uma data na outra. A coincidência ajuda a promover conscientização. Agora, porém, me pergunto quando será criado o dia que celebre a qualidade das nossas relações interpessoais como fator determinante da boa saúde.

O Dia da Saúde Relacional, ou da Saúde Social, ainda não existe. Mas o papel das nossas interações para favorecer a longevidade já é bem conhecido. Pesquisadores cravam que cultivar relacionamentos é tão importante quanto cuidar do corpo e da mente. No entanto, o campo ainda não se consolidou com a força que merece. Isso, porém, pode estar prestes a mudar. Para especialistas no tema, em dez anos ele será tão forte quanto é o da saúde mental hoje. O bem-estar emocional e o cuidado com a saúde mental (que já foi tabu) são hoje partes integrantes do cotidiano: cada vez mais pessoas fazem terapia, participam de processos de autoconhecimento e, quando precisam, buscam apoio profissional. No trabalho e nas escolas, também se multiplicam as iniciativas para criar ambientes mais saudáveis e acolhedores. Mas quais seriam os cuidados equivalentes no campo da saúde relacional? Talvez não se trate de imaginar grandes inovações. A atenção aos vínculos sociais está só “escondida” em atitudes que já sabemos serem importantes para viver mais e melhor.

“Elos virtuais não substituem o vínculo construído em encontros reais, no olhar, no tom de voz”

Avós e bisavós adeptos de grupos de caminhada e natação já não são tão raros, e também têm se tornado mais comuns os relatos de pessoas de idade avançada, até nonagenários, que continuam trabalhando. Os benefícios não vêm só do exercício físico ou mental em si, mas do fato de que, ao praticá-lo, estamos em contato com outras pessoas. Isso também acontece quando voltamos a estudar, damos palestras, participamos de eventos sociais ou simplesmente mantemos encontros com amigos na agenda.

Como no condicionamento físico, para fortalecer músculos sociais não basta realizar sempre os mesmos movimentos ou interagir com os mesmos círculos. Diferentes pessoas e contextos ampliam nossa capacidade de conexão, reforçam habilidades de comunicação e nos dão a sensação de fazer parte de algo maior. E, como qualquer musculatura, também precisa de repouso. O excesso de interações superficiais pode causar fadiga social. Atenção: descansar não quer dizer se isolar, mas recuperar a energia para conexões mais profundas.

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A “nutrição social” também é fundamental. Na lógica da saúde relacional, as trocas nas redes sociais são como “calorias vazias”. Elos virtuais não substituem o vínculo construído em encontros reais, no olhar, no tom de voz. Eles podem nos “saciar” sem nos “alimentar”. Mudar de hábitos para conquistar saúde e bem-estar exige constância e intenção. O mesmo vale para a saúde social. Tanto quanto o coração forte, os músculos que mantêm os ossos no lugar e os tendões flexíveis que nos dão autonomia, os laços sociais nos sustentam vida afora. Que tal colocar esse lembrete no calendário?

Publicado em VEJA de 4 de abril de 2025, edição nº 2938

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