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Lições tardias

A vida nunca deixa de nos abençoar com novos ensinamentos

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h46 - Publicado em 4 fev 2022, 06h00

Outro dia acordei com um pouco de tosse. Fossem outros os tempos, tomaria um xarope e tocaria o dia. Mas, como os tempos atuais não permitem tal displicência, fiz o teste, e não deu outra: estava com Covid. São tantos os casos que o meu nem valeria registro, até porque, devidamente vacinada, não apresentei outros sintomas. Se resolvi contar o episódio, foi pela lição que dele tirei: quando você acha que determinada situação está sob controle, aí é que é a hora de manter a guarda alta. Devemos sempre estar atentos ao menor sinal de perigo, sobretudo quando ele não é aparente. A desatenção sempre será nossa inimiga. É justamente quando relaxamos que as coisas acontecem.

Pois foi o que me aconteceu. Com baixa exposição a situações de risco em potencial, e tendo tomado todos os cuidados básicos, achei que o vírus não cruzaria o meu caminho. Mas essa variante ômicron, como não se cansam de dizer os médicos, é mesmo perigosamente esperta, ela acha caminhos insuspeitos para se esgueirar para dentro do nosso corpo. Resultado: durante o período de incubação do vírus em alguém, achando que eu estaria a uma distância segura das pessoas mantendo o uso da máscara o tempo todo, acabei me expondo ao coronavírus de um modo que nem eu consigo entender.

Não baixar a guarda é uma daquelas lições tardias que a vida nos ensina. Aproveitei o período da quarentena de praxe para revisitar outras lições que têm me norteado ao longo dos anos. Acredito, por exemplo, que nosso maior inimigo somos nós mesmos, que com frequência nos boicotamos sem nos darmos conta. O outro pode até atrapalhar — se lhe conferirmos esse poder —, mas não estará ao nosso lado em tempo integral. Quando olhamos no espelho, não é ele que nos encara. É preciso prestar atenção, e pôr esse adversário sorrateiro em seu devido lugar — eis a lição.

“Olhar para dentro, e não para o lado, é um bom começo. O melhor de todos os investimentos é em você mesmo”

Outro ensinamento que penso ser útil compartilhar é não nos compararmos aos outros. Cada um tem suas qualidades e aptidões. O desafio é descobrir as nossas — e explorá-las ao máximo. Não procure ser melhor que o seu vizinho, evite a tentação de se medir com a régua alheia. Tente apenas ser melhor do que você foi ontem, procure aprimorar a sua própria versão. Olhar para dentro, e não para o lado, já é um bom começo. Nesse sentido, talvez o melhor de todos os investimentos seja em você mesmo. O dinheiro gasto em educação, saúde, bem-estar nunca gera descontentamento.

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Por fim, em vez de focar aquilo que lhe falta, valorize o que já tem. Há desejos que são genuínos e outros que resultam de uma necessidade inventada. Conhecer um destino longínquo e exótico, por exemplo, é realmente algo que fará grande diferença em sua vida? Se sim, reserve a passagem assim que possível. Mas pode ser que uns minutos de reflexão lhe digam que as conhecidas praias e montanhas aqui perto o fariam igualmente feliz. Como anotou meu irmão Abilio, “as pessoas podem copiar tudo o que a gente faz, mas não o que a gente é”.

Uma das belezas da experiência humana é que, independentemente da nossa idade, a vida sempre nos abençoa com novas lições — uma regra que até a Covid pode confirmar.

Publicado em VEJA de 9 de fevereiro de 2022, edição nº 2775

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