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Coluna da Lucilia

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Jantar à luz dos pixels

O relacionamento certo pode estar no aplicativo errado

Por Lucília Diniz
7 abr 2022, 17h20

Num dos episódios mais marcantes de A Idade Dourada, uma das séries do momento no streaming, vemos a inauguração da iluminação elétrica em Nova York, com a apresentação da invenção de Thomas Edison ao público. Neste momento, há 140 anos, foram acesas três mil lâmpadas ao mesmo tempo. E então a humanidade dominava a noite.

Seria o marco, também, do fim dos jantares à luz de velas? Não foi bem isso que aconteceu. Até hoje, esse costume representa o autêntico jantar romântico no imaginário de várias culturas. A bem da verdade, o ideal é até desligar o interruptor para fazer o clima. Fecham-se os olhos tanto para o beijo quanto para aguçar o paladar.

Afinal, compartilhar refeições e relacionamentos faz parte de nossa história evolutiva. Neste contexto, a luz bruxuleante das velas representaria a mesma incandescência humorosa das fogueiras, uma lembrança inconsciente (e reconfortante) do nosso tempo nas cavernas.

Desde o convite aos guardanapos pousados no colo, comer juntos está na base de sustentação para um compromisso prestes a se tornar mais íntimo. O jantar idealizado à meia-luz deve ser tão perfeito quanto o relacionamento que se quer saborear.

Dessa forma, precisa ser uma mistura equilibrada entre escolha do local, oferta do menu e a iluminação – tudo para criar uma atmosfera onde os suspiros apaixonados são antecipados a cada garfada.

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Corta para 2022, e nos vemos em uma cidade hiperiluminada, com as pessoas cada vez mais sozinhas. No lugar de uma vela para unir destinos, cada um tem diante de si a sua própria fonte de luz azul, na tela do celular sempre ligado.

E agora, será que o romantismo sobrevive a mais este ataque luminoso? Certamente. Pelo menos, é o que nos faz pensar a história da americana Katie Skare.

Assustada por se ver confortável demais sozinha aos 37 anos, resolveu apelar para o celular. Mas nada de aplicativos de encontros, tão óbvios e cheios de pessoas interpretando personagens. A ideia envolvia jantares românticos. Sim, no plural.

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Isso porque ela abriu uma conta no Tik Tok e, através de vídeos, passou a convidar estranhos para encontros. A proposta? Juntos, deveriam experimentar às cegas um dos muitos restaurantes da cidade – principalmente, sanduíches.

A princípio, imaginou que surgiriam poucos interessados. Mas logo começaram a chegar centenas de pessoas querendo (literalmente) partir o pão. Se o objetivo era a coisa virar café da manhã no dia seguinte, já mudou.

O que a tem surpreendido mais são as conexões restabelecidas, nas quais já dividiu a conta com um estranho que trabalhava por coincidência no mesmo prédio que ela, e com uma ex-colega de escola de vinte anos atrás, dentre os ocasionais pretendentes. Até agora, nada sério.

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Será? Como resultado, Katie virou uma nanoinfluencer, com cerca de 20 mil seguidores na rede social atrás de sua luz própria. Mudou a vida solitária, se expondo mais. Está mais vaidosa, e se cuida para controlar o peso.

Talvez esteja mais difícil arrumar namorado do que um companheiro para saborear um bom sanduíche. Esta pode ser uma luz para entender qual deve ser a sua busca.

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