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Claudio Lottenberg

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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Einstein Hospital Israelita

Para curar o corpo e cuidar da alma, uma única medicina

Temos que ser menos cartesianos nas relações médicas e mais humanos na maneira de tratar as pessoas que nos procuram

Por Claudio Lottenberg
Atualizado em 19 out 2020, 15h59 - Publicado em 19 out 2020, 15h52

“Curar quando possível, aliviar quando necessário, consolar sempre.”
(Hipócrates)

O primeiro diploma de médico foi conferido pela Igreja. Desde então, ocorre como que um divórcio: o médico se ocupa das doenças do corpo; a religião, das doenças da mente e da alma. Como se fosse possível dividir essas duas frentes.

Fato é que a medicina vem ampliando sua capacidade de interferir, devido a novos conhecimentos que atribuem valor parcial à tecnologia e ao tecnicismo. Em outras palavras: não são só medicamentos, vacinas, aparelhos. Não que tudo isso não tenha valor – muito pelo contrário –, mas, na perspectiva da qualidade como ferramenta que mede valor e busca a sustentabilidade, vários conceitos têm sido revistos. O que de fato é importante para o nosso paciente? Estamos de verdade praticando uma medicina de valor, que agrega segurança para cada um daqueles que cuidamos? Guardados certos limites, a experiência do paciente tem papel fundamental, e muitas vezes até trazemos o que há de melhor em termos de tecnologia. Mas satisfação não se traduz dentro de uma percepção individual e coletiva. E é esta a experiência que nos tem levado a rever nosso papel. Estou convencido da necessidade de entendermos melhor as expectativas e impactar pela qualidade.

Não nos caberia, neste momento, integrar essas duas frentes ora divorciadas? Entender que não poder explicar algo não significa dizer que este algo não exista? Que a compreensão da queixa do paciente deve ser aprimorada sempre?

Temos que ser menos cartesianos nas relações médicas e mais humanos na maneira de tratar as pessoas que nos procuram. O verdadeiro médico não é aquele que se atém às questões técnicas ali presentes, mas aquele que se envolve para criar confiança e apoiar o paciente afligido pela dor. Ser médico impõe humildade, resignação e compaixão. Temos que agir tratando cada um como único e entender sua unicidade como um pacto pela vida.

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A tripla meta, base da qualidade médica defendida pelo IHI (Institute for Healthcare Improvement), ajuda gestores do setor a pensar de forma sistemática e com visão de saúde populacional. O pensamento sistêmico impede que a discussão dos problemas de saúde tenha como base apenas as estruturas que compõem o sistema. Ele ajuda a compreender as relações existentes entre os diversos componentes de uma rede de saúde e a influência que cada unidade pode ter sobre o resultado do todo. Eu diria que é uma forma mais ampla de pensar – que busca respostas a questões óbvias que não estão tão óbvias (e para as quais a formação médica tradicional não nos treina).

Uma grande parte da inovação disruptiva na área da saúde tem se baseado no conceito conhecido como Quadruple Aim (ou “Meta Quádrupla”), que aponta a necessidade de perseguir a melhoria na experiência dos médicos. Esta questão ficou clara no episódio da pandemia, contra a qual essa comunidade passou a ser um verdadeiro exército.

Dentro desse cenário, que inclui o humanismo e o entendimento de um ser humano – e não só de sua doença – e o reconhecimento da importância do médico, é que teremos uma medicina mais integral e justa ( humana) para os pacientes.

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