O que a campanha de Lula espera de Bolsonaro, passado o 7 de Setembro
Bolsonaro demonstrou capacidade de mobilização, mas petistas minimizam risco de disparada
O PT esperava fogo mais pesado do presidente Jair Bolsonaro nas comemorações do 7 de Setembro. O tom veio mais ameno do que se imaginava. Mas ninguém menospreza ali as críticas veladas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e os ataques previsíveis que foram feitos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda assim, o time de Lula entende que isso não será suficiente para reduzir drasticamente a distância entre o presidente e o petista.
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Alguns fatores jogam contra uma disparada de Bolsonaro. O primeiro deles, dizem os petistas, é que o presidente, em tese, usou todas as suas armas e ainda não conseguiu forçar uma queda de Lula. “No fim do dia, ele não tira voto do Lula. Não importa o que ele faça, esses votos estão consolidados, sacramentados. É só ver o Auxílio Brasil de R$ 600, não mudou nada para o Lula”, disse um integrante da campanha petista à coluna.
A isso, soma-se a rejeição alta do presidente, maior que a do petista. Fator que tenderia a dificultar a vida de Bolsonaro num eventual segundo turno, uma vez confirmado um eventual confronto com Lula na segunda etapa de votação. Por fim, o discurso de Bolsonaro pode até ter sido relativamente ameno. Mas ainda teve como foco principal sua própria bolha.
Em tese, a campanha petista enxergava o 7 de Setembro como a última cartada de Bolsonaro. Mas, dada a forma como o presidente usurpou as comemorações da Independência em benefício próprio, aumenta a expectativa por algum movimento mais drástico de Bolsonaro na reta final da disputa. Tem que diga que o presidente é bem capaz de abrir mais uma vez os cofres públicos, ignorando a lei eleitoral.
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