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Clarissa Oliveira

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A máxima por trás do casamento de Lula com o Centrão

Como a negociação entre o governo e partidos como o PP mostrou-se muito mais difícil do que imaginava o time do petista

Por Clarissa Oliveira Atualizado em 14 Maio 2024, 00h15 - Publicado em 17 jul 2023, 10h49

As conversas para a adesão de partidos como PP e Republicanos à base do governo são motivo de comemoração e não de lamentação no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não teve casamento ainda. Mas a festa está sendo planejada há tempos. Mais precisamente, desde antes da eleição que levou Lula de volta ao Palácio do Planalto.

+Saiba mais: Quem são os parlamentares campeões de emendas liberadas por Lula

É claro que, nos tempos da campanha, a ordem era jurar que tudo seria diferente. E é também mais que esperada uma choradeira de partidos que já integram a base, temendo perda de espaço na Esplanada e em estatais. Mas aliados do hoje presidente nunca esconderam nos bastidores a intenção de atrair as legendas que apoiaram Jair Bolsonaro em 2018. Não se trata de dizer que Lula cedeu. O que ocorreu é que a negociação para demorou mais e foi mais difícil do que o PT imaginava.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, foi peça-chave nesse processo. Demonstrou um poder político maior que o antecipado por alguns setores da articulação política do governo. Deu sucessivas demonstrações de força, ora impondo derrotas a Lula no Congresso, ora entregando com folga resultados positivos em votações estratégicas. Lira mostrou quem é que de fato tem força na Câmara.

Antes de abraçarem a nova aliança com Lula, é natural que esses partidos mandem um recado tranquilizador para o outro lado. Assim, Ciro Nogueira, um dos mais ilustres nomes do PP, disse neste fim de semana a VEJA que “jamais” vai aceitar o apoio de seu partido ao governo Lula. Pouco depois, foi para as redes sociais para listar o que chama de “Agenda Central”. Uma lista do que ele descreve como “cláusulas pétreas” da legenda, pontos a serem defendidos pelo partido em qualquer circunstância. Leia-se, seja qual for o acordo em vigor.

Tereza Cristina, ex-ministra do governo de Jair Bolsonaro, disparou ao jornal O Globo que qualquer presença do PP no primeiro escalão nada terá a ver com uma indicação do partido. A boa e velha história da cota pessoal. É uma receita usada faz tempo, mas que foi aperfeiçoada no passado recente por nomes como Gilberto Kassab.

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+Leia também: Lula corrige mais uma loucura de Bolsonaro

Se tudo correr como previsto, não deve tardar até que o PP de Lira tenha seus ilustres representantes na Esplanada dos Ministérios. Isso tudo sem arranhar a máxima que há tempos guia a atuação de partidos do Centrão: é perfeitamente possível ser base sem ser governo. Ou melhor, dá para ser base e oposição ao mesmo tempo.

 

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