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Sul coreanos propõem construir edifício dentro de árvore gigante

A espécie escolhida foi a sequoia vermelha, que chega a 85 metros de altura; proposta foi apresentada em competição arquitetônica

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h51 - Publicado em 6 jun 2017, 07h00

Em vez de revestimentos espelhados, a casca de uma árvore de verdade. Nada mais contemporâneo do que aproveitar um material produzido pela natureza como base de um projeto arquitetônico. Uma equipe de designers da Coreia do Sul escolheu o tronco vazio de uma sequoia, árvore que alcança até 85 metros de altura e 8 metros de diâmetro, para servir de estrutura a um edifício. Pela proposta, a construção iria tomar o lugar do cerne da árvore pouco a pouco, conforme este começasse a apodrecer. A técnica permitiria que as árvores permanecessem de pé, mesmo depois de mortas.

“A arquitetura silenciosamente ocorre no vazio de troncos, sem prejudicar a deslumbrante paisagem formada pelos gigantes, que se torna ativa como um órgão artificial para substituir os troncos podres”, escreveu a equipe na apresentação do projeto, um dos inscritos na competição arquitetônica eVolo. Os arquitetos Ko Jinhyeuk, Cheong Changwon, Cho Kyuhung and Choi Sunwoong partiram da busca por uma alternativa harmoniosa de coexistência entre humanos e natureza, como mostrou o site Dezeen.

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Planejamento da estruturação do edifício, que pouco a pouco toma o cerne da árvore conforme este apodrece (Reprodução/Reprodução)

As sequoias que inspiraram a proposta são do tipo vermelha, típicas da região de Serra Nevada, na Califórnia. Estão entre os seres vivos mais antigos do planeta, algumas delas chegando a 3.000 anos de idade. Pesquisas indicam que as mudanças climáticas têm afetado o desenvolvimento e a longevidade das sequoias, contribuindo para o aparecimento de espécies de insetos e parasitas prejudiciais às árvores.

Embora o projeto busque valorizar essas maravilhosas estruturas naturais, na prática ele traz um sério problema: edifícios não forem criados para funcionar no meio de florestas, e sim nas cidades. Ao oferecer uma maneira de humanos habitarem florestas, os arquitetos contribuem, ainda que apenas no plano das ideias, para a ocupação destes espaços, o desmatamento e a expansão da mancha urbana. E isso nada tem de harmonioso com a natureza. Melhor seria se propusessem uma forma de transportar os troncos mortos para o ambiente urbano, permitindo que as árvores recicladas assumissem nova função.

 

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