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A cada mês, cinco milhões de pessoas trocam o campo pelo asfalto. Ao final do século seremos a única espécie totalmente urbana do planeta. Conheça aqui os desafios dessa histórica transformação.

Pavilhão japonês em São Paulo reabre e exibe a arte secular de encaixar peças

O edifício de 1954 foi construído sem pregos, apenas com a junção das partes de madeira

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 23h42 - Publicado em 19 jan 2016, 07h11

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Entrada do Pavilhão Japonês, no Parque Ibirapuera (Foto Ronaldo Shishido)


Das várias habilidades japonesas, uma das mais assombrosas está em sua arquitetura. Para sobreviverem ao período pós-guerra, os habitantes do país atualizaram uma técnica construtiva criada há centenas de anos que dispensa o uso de pregos. É o wafu, que permite erguer edifícios inteiros a partir do encaixe de peças de madeira. Pinos, também de madeira, e laterais com pequenos desníveis garantem que as partes permaneçam unidas e estáveis por décadas.

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Um dos profissionais mais respeitados neste segmento é o de Norio Nakashima, presidente da construtora Nakashima Komuten. Ele esteve no Brasil com sua equipe composta por aprendizes e mestres carpinteiros para o quarto restauro do Pavilhão Japonês do Parque Ibirapuera, em São Paulo.

O edifício, de estruturas em que não há um único prego, foi entregue pelo governo japonês à comunidade nipo brasileira em 1954 e é administrado pela Bunkyo, Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social. Nesta quinta-feira (21), o espaço será reaberto ao público com a mostra “O Olhar Japonês no Brasil” e uma ampla programação (mais detalhes no final deste post), parte das comemorações dos 120 anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão.

Da equipe de Nakashima, ao menos dois jovens funcionários, ambos na faixa dos 20 anos, são criadores de novas maneiras de encaixar pedaços de madeira, contribuindo assim para que a tradição wafu se mantenha viva.

Foi a quarta visita/missão de Nakashima no Brasil. A primeira foi em 1988, também para o restauro do Pavilhão. Tão impressionante quanto seu trabalho meticuloso é que nessas quatro vezes a participação de Nakashima foi voluntária, assim como a importação de madeiras especiais japonesas e o empréstimo de mão de obra especializada. Tal dedicação fez com que ele fosse chamado de guardião do Pavilhão.

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Abaixo, o passo a passo de um dos encaixes possíveis, fixado com pino em madeira:

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O autor do projeto do Pavilhão é Sutemi Horiguchi (1895-1984), Phd em Arquitetura pela Universidade de Tóquio e que no final dos anos 1950 dedicou-se a adaptar a arquitetura tradicional japonesa aos hábitos modernos. Discípulos dele afirmam que seu trabalho inspirou grandes nomes da arquitetura, como Oscar Niemeyer, Le Corbusier, Mies Van der Rohe, Walter Gropius e Frank Lloyd Wright. Para conferir parte do legado e da habilidade dos japoneses, basta visitar o Pavilhão.

 

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Funcionários trabalham no restauro do forro do Pavilhão

Funcionários trabalham no restauro do forro do Pavilhão (Foto Ronaldo Shishido)

O Olhar Japonês no Brasil
De 21 de janeiro a 28 de fevereiro de 2016

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Local: Pavilhão Japonês, Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, Portão 3 e 10), São Paulo.
Visitação: quarta-feira, sábado e domingo (em comemoração ao aniversário de São Paulo, estará aberto também nos dias 21, 22 e 25; quinta, sexta e segunda-feira)
Horário: das 10h às 12h e das 13h às 17h
Entrada: 5 reais e 10 reais (crianças até 4 anos e idosos acima de 65 anos não pagam)

Programação:
– Exposição de Arte Craft (cerâmica, boneca tôsso, arte em metal, oshibana, tintura natural), curadoria de Kenjiro Ikoma, presidente da Comissão de Arte Craft do Bunkyo.
– Exposição de Bonsai, curadoria de Márcio Augusto de Azevedo, fundador do Bonsai Kai.
– Exposição de Ikebana, curadoria de Cristina Sagara, vice-presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês.
– Concerto de Música Clássica Japonesa (aos finais de semana, às 15h), curadoria de Shen Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Música Clássica Japonesa.

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O interior do Pavilhão durante o restauro

Por Mariana Barros

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