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Marca americana mostra que não há fórmula de sucesso para empresas ou cidades

American Apparel foi pioneira ao centralizar criação e produção, algo que as metrópoles tentam fazer hoje. Ainda assim, está à beira da falência

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 00h19 - Publicado em 13 out 2015, 16h25
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Único endereço da American Apparel no Brasil, a loja da rua Oscar Freire, em São Paulo, já fechou as portas

A americana American Apparel, uma das principais marcas de fast fashion, entrou com um pedido de proteção à falência na semana passada. A medida é um primeiro passo para que a empresa decrete falência oficialmente. Desde que foi criada, em 1989, a marca foi pioneira ao manter produção e criação centralizadas, numa estratégia para ser mais eficiente e criativa. Curiosamente, a lógica é hoje replicada por cidades do mundo todo. Idéias e tecnologias são unificadas em centros de inovação que viraram berço de startups e sinônimo de prosperidade. A derrocada da American Apparel é um importante lembrete de que o sucesso depende de uma série de variáveis e não pode ser garantindo com fórmulas, como a centralização de processos.

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Até algumas décadas atrás, a economia global se baseava principalmente na produção industrial e numa complexa cadeia produtiva que incluía diferentes países e até continentes. A indústria da moda viveu isso a partir dos anos 1990, quando grandes marcas de roupas americanas passaram a remeter para a China a confecção das peças. A American Apparel foi uma das poucas exceções. Sediada em Los Angeles, manteve sua linha produtiva em solo americano.

A partir dos anos 2000, a internet acelerou o lançamento das tendências de moda e obrigou as marcas a encurtar o tempo entre o que é visto nas passarelas e nas araras. A logística intercontinental entre Estados Unidos e China começou a se mostrar problemática. A economia global passou a ser cada vez mais movida pela criação de ideias e conceitos, e encurtar as distâncias pareceu o melhor atalho para a eficência e o dinamismo. Teria chegado a hora de a American Apparel colher os frutos de seu pioneirismo. Mas não foi o que aconteceu.

Pesou na derrocada da marca sua dificuldade em inovar nas peças, sempre muito parecidas, e a mudança de hábito de suas consumidoras, adolescentes que hoje preferem gastar em eletrônicos do que em roupas. Faltou encontrar uma nova vocação e propósito. Por fim, houve as barbaridades cometidas por seu diretor executivo Dov Charney, acusado de atos que vão da corrupção ao abuso sexual. O resultado é uma empresa que não obtém lucros desde 2009 e terá de sofrer intensa reformulação se quiser sobreviver.

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Difícil saber se a American Apparel estava à frente de seu tempo ou se não soube tirar proveito de seu pioneirosmo quando chegou a hora. O mais provável é ter havido uma combinação das duas coisas. Assim como as empresas, o destino de uma cidade depende de quem a administra, de como pensam seus moradores (ou consumidores) e de encontrar e explorar sua verdadeira vocação. Em todos os casos, só há uma certeza: não há fórmula para o sucesso.


Por Mariana Barros

 

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