“Imóveis do ABC paulista tiveram desempenho acima da média nacional”, diz CEO do ZAP
Eduardo Schaeffer acrescenta que Rio de Janeiro, Niterói, Brasília e Curitiba registram as maiores quedas ao longo do último ano
Os valores de venda dos imóveis no Grande ABC paulista (formado pelas cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano do Sul) subiram até 120% a mais que a média brasileira no acumulado entre setembro do ano passado e deste ano. Contrastam principalmente com a situação no Rio de Janeiro, em Niterói, em Brasília e em Curitiba, onde a queda dos preços não se deve apenas à inflação.
Os dados são da FipeZAP, responsável pelo índice que acompanha a evolução dos preços dos imóveis anunciados. Santo André registou a maior variação (5,13%), seguida por São Bernardo (3,86%). Ambas ficaram acima da média paulistana, de 3,38%. São Cateano aparece em seguida, com 3,32%. Os números superam média nacional, de 2,63% no mesmo período.
Claro que quando computamos a inflação acumulada, em torno de 9,5%, não há percentual de valorização que consiga ultrapassá-la. Esta é a razão de, apesar da valorização, os preços estarem em queda. Os valores também caem no Grande ABC, embora menos do que em outros locais do país.
Para o CEO do ZAP, Eduardo Schaeffer, o preço dos imóveis do ABC pode ser mais atraente do que dos imóveis da capital. E quem faz a opção perde pouco na localização, já que a região é bem próxima da Zona Sul.
Já os percentuais de desvalorização das cidades mais atingidas pela baixa dos preços são os seguintes: Rio de Janeiro com -0,41%, Niterói com -2,65%, Brasília com -1,1% e Curitiba com -0,81%.
A convite do blog Cidades sem Fronteiras, Schaeffer respondeu às seguintes perguntas:
1) É possível dizer que os preços de imóveis no ABC subiram enquanto estão caindo na maioria das cidades?
No ABC, os preços apresentam queda real, apesar de as variações estarem ligeiramente acima da média nacional. Não me parece o caso de afirmar que os preços estão subindo na região e caindo nas outras cidades. No relativo, o desempenho recente é ligeiramente acima da média. No entanto, entre 2012 e setembro de 2015, os preços subiram 38% no ABC e 45% em São Paulo, por exemplo.
Em 2015, Rio de Janeiro, Niterói, Brasília e Curitiba têm variações nominais negativas. Essas, assim como outras regiões, estão passando por um processo de ajuste de preços mais intenso. Isso provavelmente ocorre por ter havido uma elevação acima da demanda existente entre 2011 e 2013. Contudo, acreditamos que todas as regiões sofrerão o mesmo impacto nos preços com quedas nominais leves até o meio do segundo semestre de 2016. As demais apresentam variação positiva, porém abaixo da inflação (com exceção de Florianópolis) – que caracteriza queda real dos preços.
2) Esses valores se referem a imóveis novos ou usados?
O Índice FipeZap acompanha a evolução do preço do metro quadrado dos imóveis prontos anunciados na internet. Portanto, não considera lançamentos.
3) Como os preços devem se comportar no ano que vem (continuar subindo, estagnar ou cair um pouco)? Por quê?
Nossa expectativa é de que o mercado de trabalho desfavorável e os juros altos continuem contribuindo para a perda de dinamismo do mercado. Não há sinais ainda de retomada dos preços.
Por Mariana Barros
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