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Adolescentes estão mais sujeitos ao vício, mas não a distúrbios mentais

Estudos feitos por pesquisadores do Reino Unido compararam dados de usuários adolescentes e adultos e pessoas que não usam a erva

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jun 2022, 20h37 - Publicado em 30 jun 2022, 20h10

Duas novas pesquisas divulgadas agora que analisam o impacto do uso de cannabis na vida de jovens apontam que adolescentes não estão mais sujeitos a desenvolver distúrbios mentais tradicionalmente relacionados ao uso, como ansiedade e depressão, mas têm três vezes mais chances de desenvolver algum vício. Os estudos, feitos por profissionais da University College London e o King’s College London, ambos no Reino Unido, foram publicados no periódico científico Journal of Psychopharmacology.

Os pesquisadores coletaram informações de 274 participantes, incluindo 76 adolescentes com idade entre 16 e 17 anos que usavam cannabis de uma a sete vezes por semana, junto com um número semelhante de adultos, com idades entre 26 e 29 anos, e o grupo de controle. Os usuários de cannabis foram combinados em gênero, etnia e força da erva utilizada.

“Havia muita preocupação sobre como o cérebro adolescente em desenvolvimento pode ser mais vulnerável aos efeitos a longo prazo da cannabis, mas não encontramos evidências para apoiar essa afirmação geral”, afirmou Will Lawn, pesquisador que liderou o estudo. “O vício em cannabis é um problema real que os adolescentes devem estar cientes, pois parecem ser muito mais vulneráveis ​​​​a isso do que os adultos. Por outro lado, o impacto que o uso de cannabis tem durante a adolescência no desempenho cognitivo ou na depressão e ansiedade pode ser mais fraco do que a hipótese”, disse o médico.

Os pesquisadores são categóricos em afirmar que pode haver, sim, um impacto no desempenho escolar durante um momento importante da vida de qualquer jovem. “Nossas descobertas sugerem que as escolas deveriam ensinar mais aos alunos sobre o risco de dependência de cannabis, que tem sido negligenciado na educação sobre drogas”, afirma o professor Val Curren, do departamento de Psicofarmacologia, Psicologia e Ciências da Linguagem do University College London. Estudos como esses são ferramentas importantes para estabelecer uma educação mais efetiva sobre o tema.

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