A curiosa relação entre o uso de maconha e as visitas ao dentista
Estudo aponta que mais da metade dos pacientes usa cannabis antes de uma consulta para reduzir a ansiedade, mas efeito pode ser inverso
O temor de uma visita ao dentista é tamanho que um número crescente de americanos está usando cannabis antes de uma consulta. O problema é que o caso está prejudicando o trabalho desses profissionais da saúde.
Um estudo feito pela American Dental Association (ADA) a partir de duas duas pesquisas, uma com entrevistas realizadas com 557 dentistas e outra com colaboração de 1006 pacientes, aponta que 52%, ou seja, mais da metade das pessoas, vai ao dentista sob efeito de cannabis – e de outras drogas.
De acordo com um comunicado divulgado pela ADA, os cuidados que esses pacientes podem receber é limitado. Do total de profissionais entrevistados, 56% afirmaram ser necessário realizar uma segunda consulta, e outros 46% disseram ter que aumentar o grau de sedação, por conta da maneira como a erva afeta o sistema nervoso central. Ansiedade, paranoia e hiperatividade, alguns dos efeitos colaterais do uso recreativo da cannabis, podem tornar a visita mais estressante e impedir que médico e paciente cheguem a um consenso sobre o melhor tratamento.
Além disso, a ADA aponta que o hábito de fumar maconha pode afetar a saúde bucal, aumentando o risco de câncer na boca e no pescoço, e o aumento no consumo de alimentos após o uso da cannabis, especialmente de produtos industrializados e cheios de açúcar, pode ampliar significativamente as chances de desenvolver cáries. “Medicamente falando, a larica é real“, diz a dentista Tricia Quartey, porta-voz da associação.