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Caçador de Mitos

Por Leandro Narloch Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia

Por que as religiões encolhem quando o capitalismo avança?

Duas teorias tentam explicar por que as igrejas se esvaziam à medida que os cidadãos enriquecem

Por Leandro Narloch
Atualizado em 31 jul 2020, 00h12 - Publicado em 30 out 2015, 10h14

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Essa é uma questão antiga entre os estudiosos da religião. Com uma ou outra exceção, as religiões entram em declínio quando a economia se desenvolve e a renda dos cidadãos aumenta. A Suécia é um entre muitos bons exemplos: luterana no passado pobre, secular no presente rico. Só 10% dos suecos consideram a religião relevante para a vida.

Pode ser que os dois fenômenos, apesar de acontecerem juntos, não tenham relação entre si. Mas pelo menos duas teorias tentam relacioná-los.

A primeira, rascunhada por Max Weber em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo e desenvolvida pelo sociólogo Peter L. Berger, defende que a racionalização necessária ao avanço do capitalismo minou crenças místicas e impôs meios seculares de vida. Como dizia o economista Joseph Schumpeter, “o processo capitalista racionaliza comportamento e ideias, e desse modo persegue em nossa mente, junto a crenças metafísicas, ideias místicas e românticas de todo o tipo”. Desse ponto de vista, o capitalismo minou a fé e, assim, a frequência à igreja.

Para a segunda teoria, o processo foi inverso: o capitalismo minou a frequência à igreja, e assim a fé. Nessa visão, o mercado resolveu as necessidades materiais e psicológicas que antes levavam as pessoas às missas e à vida comunitária religiosa. A frequência às igrejas caiu porque as pessoas arranjaram outras coisas para fazer, como ir ao cinema ou viajar no fim-de-semana. Em vez de conversar com o padre para resolver problemas emocionais, procuraram um psicólogo.

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Qual das duas teorias tem mais poder explicativo? O sociólogo Jochen Hirschle, da Universidade de Innsbruck, na Áustria, encontrou uma resposta compilando centenas de dados de renda, crescimento da economia, frequência a igrejas e crença religiosa de treze países europeus. Descobriu que a relação entre progresso econômico e igreja vazia é mais forte que entre progresso econômico e menor crença. A pesquisa favorece, então, a segunda teoria.

Quando a economia cresce, as pessoas deixam de ir tanto à igreja, mas muitas vezes mantém a fé. Em alguns casos, como na Itália, a fé em Deus aumentou apesar do declínio da frequência às igrejas. Não necessariamente, então, as pessoas ficam menos religiosas quando ricas. Mas encontram outros meios de seguir a religião.

@lnarloch

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