Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Caçador de Mitos

Por Leandro Narloch Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia
Continua após publicidade

Os caminhoneiros e a irrelevância dos sindicatos

Por Leandro Narloch
Atualizado em 5 jun 2024, 10h43 - Publicado em 27 fev 2015, 14h01

Ivar Schmidt, líder do movimento que tem organizado a greve dos caminhoneiros, disse ontem ao site de VEJA que “abomina sindicato, associação, federação, confederação. Esses segmentos tentaram nos representar nas últimas décadas e nunca resolveram nossos problemas”.

Veja só que curioso. Poucos sindicatos do mundo são tão protegidos quanto os brasileiros. A lei estabelece uma contribuição obrigatória dos trabalhadores – são R$ 3 bilhões que vão todos os anos para a conta de sindicatos, confederações e centrais sindicais. Os sindicatos tampouco precisam se preocupar com concorrentes, pois o governo reconhece apenas uma organização oficial por categoria.

E, apesar de todos os privilégios, os sindicatos não conseguem representar os trabalhadores. Os caminhoneiros, uma das categorias com maior massa de trabalhadores no país, consegue parar o Brasil a despeito do sindicato para o qual contribuem.

Eu disse acima “apesar de todos os privilégios”, mas talvez o correto seja “justamente por causa desses privilégios”. Nos países com liberdade sindical, onde o trabalhador pode escolher a associação que prefere e decidir se quer e quanto quer contribuir, os sindicatos precisam suar para conquistar associados. Organizam convênios, oferecem descontos em universidades e empréstimos a juros menores, têm piscinas, clubes, academias, anunciam na TV e representam os trabalhadores. A falta de dinheiro torna os sindicatos ativos e relevantes.

No Brasil, é contrário: com dinheiro garantido por lei (a lei inspirada na Carta del Lavoro, de Mussolini), o sindicato é tomado pela preguiça e pela irrelevância. O diretor sabe que seu caixa estará cheio mesmo se ignorar os associados. É difícil achar um trabalhador brasileiro que veja retorno no dinheiro que o governo lhe obrigou a pagar à entidade.A lei criada para proteger os sindicatos acabou por sabotá-los.

Continua após a publicidade

Irrelevantes, sobra aos sindicatos apenas a função cartorial da rescisão de contrato e a luta partidária, a favor daqueles que lhes garantem tantos privilégios. Foi o caso da patético ato em defesa da Petrobrás organizado esta semana pelo PT, com apoio da CUT e do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo. Participantes do ato agrediram justamente os trabalhadores que deveriam representar.

Sindicalistas costumam desprezar o funcionamento do mercado e criticam quem acredita demais na mão invisível. Mal sabem que eles próprios estão sujeitos às forças do mercado.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.