Operações da PF combatem fraudes em 23 cidades da Bahia
Ações cumpriram 11 dos 13 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal de Ilhéus, no sul baiano. Dois investigados estão foragidos

Duas operações da Polícia Federal combateram nesta terça-feira, 6, fraudes a licitações e desvios de recursos públicos em 23 cidades na Bahia. Batizadas de Sombra e Escuridão e Elymas Magu, as ações cumpriram 11 dos 13 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal de Ilhéus, no sul baiano.
Foram feitas duas prisões em flagrante, por posse ilegal de arma de fogo, uma delas de um dos investigados contra o qual já havia mandado de prisão pelos fatos apurados nas ações. Os agentes da PF também cumpriram 50 mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos, empresas e prefeituras, onde foram apreendidos documentos, computadores, celulares e cerca de 18.000 reais em espécie. Dois investigados estão foragidos. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Segundo a PF, os suspeitos tiveram os bens bloqueados para ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos até o valor de 28,3 milhões de reais. Todos os presos foram interrogados e encaminhados para o sistema prisional. Eles podem responder por participação em organização criminosa, fraude a licitação, falsidade ideológica e corrupção passiva e ativa.
As operações foram realizadas nas cidades de Aurelino Leal, Barra do Rocha, Buerarema, Camacã, Camamu, Eunápolis, Gongogi, Ibirapitanga, Ibirataia, Igrapiúna, Ilhéus, Ipiaú, Itabuna, Itagibá, Itapé, Ituberá, Maraú, Nazaré, Santa Luzia, Ubaitaba, Ubatã, Valença e Wenceslau Guimarães.
De acordo com a investigação, empresas constituídas em nome de “laranjas” e sem “a mínima capacidade para a execução dos serviços e obras contratadas” fraudavam licitações nestas cidades. Também havia empresas que participavam do processo licitatório apenas para “tumultuar”, “ora participando dos certames para exigir propina das empresas concorrentes para que desistisse, ora fazendo ajustes prévios e combinações para vencer as licitações e posteriormente abandonar os contratos”.
Muitas obras não foram sequer concluídas, como creches, unidades básicas de saúde e quadras de esportes, segundo os investigadores.

A operação Sombra e Escuridão foi assim batizada em uma alusão aos leões de Tsavo, os quais teriam aterrorizado os operários de uma ferrovia que estava sendo construída no Quênia, o que atrasou a conclusão da obra. Elymas Magus, por sua vez, significa “feiticeiro” em latim e foi escolhido porque o líder da organização criminosa agia como um ilusionista, ao fraudar licitações e tumultuar os processos com a utilização de pelo menos dez empresas.