Na Bahia, Rui Costa costura acordo e evita racha na própria base

O governador reeleito Rui Costa (PT) conseguiu costurar um acordo para evitar um racha na própria base. A disputa pelo comando da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) tinha posto os dois principais partidos aliados do petista baiano, o PP e o PSD, em confronto. Com antecedência, Costa definiu os correligionários que vão presidir a Casa nos biênios de 2019/2020 e 2021/2022.

Pelo acordo, o deputado estadual Nelson Leal (PP) vai chefiar o Legislativo baiano no primeiro biênio – já o parlamentar Adolfo Menezes (PSD) ficará no comando no segundo. Pelas redes sociais, Rui Costa comemorou o acerto entre os aliados.

“Estou contente. Hoje, tive a felicidade de participar de um acordo histórico sobre a presidência da Assembleia, que reflete o amadurecimento político de nossos deputados”, disse o petista baiano.

A briga pela AL-BA provocou um acirramento na base. Presidente do PSD na Bahia, o senador Otto Alencar chegou a dizer que “faltou ética” aos aliados por disputarem votos enquanto Rui Costa viajava para Europa e Israel.

Adolfo Menezes vai assumir a Assembleia no final do governo petista e início da eleição de 2022. Neste cenário, especula-se que o PSD pode emplacar o candidato a governador dentro do grupo.

O nome mais forte hoje é o de Otto Alencar, que será líder do PSD no Senado no próximo ano. Comandante do grupo, o senador eleito Jaques Wagner (PT) já admitiu que seu partido pode abrir mão de uma candidatura em 2022 para patrocinar um aliado.

“Ninguém abre mão de poder de graça. Abre mão de poder por uma estratégia política. Eu sempre disse que, completados 16 anos, chega a hora de eventualmente ceder. Evidentemente, tem que construir uma relação de confiança. Com isso, não estou interditando o PT, mas não acho que é obrigatório [ter uma candidatura]”, afirmou recentemente o petista.

Especula-se, ainda, que o governador Rui Costa pode ser candidato ao Senado.