ACM Neto é pressionado a acomodar deputada decisiva na cassação de Cunha
PRB pediu que prefeito de Salvador nomeie Tia Eron como secretária ou indique para seu gabinete outro eleito em coligação — para ela assumir mandato
Presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, tem sido pressionado, pelo PRB, para acomodar a deputada federal baiana Tia Eron, que ficou conhecida, em junho de 2016, por dar o voto considerado decisivo no Conselho de Ética para a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB).
Na eleição deste ano, Tia Eron perdeu quase 50.000 votos em relação ao pleito de 2014 e não conseguiu se reeleger. Aos aliados de Neto, o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, afirmou que o partido “não vai virar as costas” para os membros da legenda e quer que o prefeito consiga um espaço para a deputada.
Segundo apurou VEJA, cogita-se que Tia Eron volte a ser secretária da prefeitura de Salvador ou que ACM Neto nomeie um deputado da coligação PRB-DEM-PV para um cargo na administração municipal a fim de que ela assuma o mandato, já que é primeira suplente. Neste último cenário, o nome mais cotado para virar secretário é o deputado federal eleito João Roma (PRB).
O problema é que Roma não está muito interessado na proposta, já que foi eleito como parlamentar pela primeira vez e quer exercer seu cargo na Câmara dos Deputados. A interlocutores, o eleito disse que daqui a dois anos pode até deixar a Casa, mas agora só o faria por um sacrifício ao prefeito, de quem já foi chefe de gabinete.
Tia Eron foi secretária municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza também na gestão de ACM Neto e pode retornar para a administração soteropolitana — mas, segundo os aliados do prefeito, para exercer outra função. O líder baiano não teria resistência à volta da deputada para prefeitura, apesar de correligionários afirmarem que Eron foi “arrogante” no comando da pasta e deixou “projetos sem concluir”.
Outras duas hipóteses também são avaliadas, com menor força para acomodar a deputada do PRB. A primeira é ter um posto dentro da direção nacional do partido e a outra é ter um cargo no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Mas aí também falta combinar com o presidente eleito se a legenda será contemplada com algum cargo.