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Augusto Nunes

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Vlady Oliver: Cartão corporativo

A última coisa em que pensam nossos governantes é no bem-estar da população. Eles querem é grana mesmo

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h18 - Publicado em 20 nov 2016, 19h12

É impressionante como o governo brasileiro – qualquer governo, de qualquer matiz ideológico – é chegado em meter a mão no bolso dos seus cidadãos. Desavergonhadamente. De vigarices típicas como o “ouro para o bem do Brasil”, “o petróleo é nosso” ou o confisco da poupança collorido, à bolsa família e à última cereja deste bolo indigesto, uma tal de “repatriação”. A última coisa em que pensam nossos ilustres governantes é no bem-estar da população. Eles querem é grana mesmo.

Até projetos bem intencionados, como o Bolsa Família, por exemplo, viram imediatamente formas de manipulação rasteira, bovinismo eleitoral e vigarice com filtros ideológicos, festejados por todo meliante como curral eleitoral de todo encostado no barranco estatal de sempre. São os chequinhos. Nada escapa da sanha marreta de confiscar, controlar, manipular e superfaturar tudo o que vê pela frente.

Vejamos: não tenho dinheiro lá fora. Nem aqui dentro, para ser mais exato. Posso intuir, no entanto, que o crime que essas pessoas cometeram foi não acreditar em nossos mandatários, tentando preservar parte de seu patrimônio a salvo em algum lugar do planeta. Fraudaram o Fisco? Provavelmente. Mas o que justificaria tratar a repatriação como uma “derrama” miserável, onde o governo quer nada menos que 30, 35, 40% de tudo o que o coitado produziu, e já se debate vigorosamente, via bloqueios, audiências e pressões de todos os lados, pela distribuição do butim?

Os caras nem disfarçam. Tratam o crime menor como álibi perfeito para encobrir os rombos de crimes muito maiores, estes sim acobertados pela imensa maioria dos políticos. É impressionante a pilantragem. Quando se fala em “repatriação”, a cara que me vem logo à mente é a do Romero Jucá, o menestrel dessa lambança. E em seguida a da ministra Zélia, de terrível lembrança. Para quem escapou do pesadelo daquela época, a tal ministra era outro fantasma que arrastava correntes no governo, planejando confiscos de dia e querendo experimentar de noite um chicotinho novo, que acabara de comprar numa loja de brinquedos para adultos.

É dessa constrição mental avariada que surgem os planos mirabolantes para tungar ainda mais dinheiro dos incautos, em causas que não são das mais republicanas, nem das mais edificantes. Estão como pintos no lixo, a festejar uma tunga de 50 bilhões, que eles já planejam repetir no ano que vem, inventando receitas como os pré-sais, os etanóis, as bandeirinhas na conta de luz, os controlares e uma infinidade de mãozinhas bobas enfiadas no bolso exausto de quem trabalha demais para sustentar bandidos.

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Os empreiteiros estão todos presos? Qual o crime que eles cometeram? Fazer parte de uma quadrilha que exigia, como política de Estado, propina em troca de liberdade para tocar seus negócios? E os chefes da camorra, continuam soltos por quê? Enquanto o país não se olhar no espelho para ver em que tipo de bandido se transformou; se cúmplice, alheio, agente, corruptor ou corrompido, continuaremos por aqui, a presenciar o escárnio dos miseráveis. A redenção dos cretinos. Um presidente gastando mais que a outra no cartão corporativo.

Isso aí é isso aí mesmo? Vai me enganando…

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