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Augusto Nunes

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Valentina de Botas: Desgraça pouca é bobagem

O perigo das teorias conspiratórias é que elas são racionais, fazem sentido naquela racionalização que busca reorganizar nossa experiência do cotidiano

Por Augusto Nunes 21 jan 2017, 20h24 • Atualizado em 22 jan 2017, 01h05
  • Três velhas mais velhas do que o tempo, meio surdas, mal-humoradas, dividem um único olho que nunca sabem direito onde largaram entre as rocas e teares da oficina arcaica. Quando dá na cachola louca e mítica de uma delas, Átropos, o fio da vida é cortado. Surpreende, pelo menos a mim, que aviões voem, e não que caiam, especialmente em dias de chuva, e os aparelhos menores têm ainda menos estabilidade do que os maiores. Um avião do mesmo tipo e modelo, em que Teori Zavascki e mais quatro pessoas fizeram a viagem trágica nesta quinta-feira, caiu na mesma região em janeiro do ano passado num dia chuvoso.

    É claro que o relatório do ministro deve implicar gente poderosa, pois ela é o objeto da Lava Jato, mas isso não suspende os acasos, o destino e tudo o mais que não controlamos e não entendemos. Esse vazio lógico convida a abraçar teorias conspiratórias somente aos mais afobados e de repertório empobrecido por conclusões histéricas onde só cabem dúvidas e perplexidade. A conspiração que o Brasil que presta deve evitar é na escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo e na conduta dele.

    Fica cada vez mais claro que não houve uma conspiração para matar Teori. De todo modo, isso será apurado; mas até mesmo na imprensa dita séria, que deveria se pautar pelo bom jornalismo, oito horas depois da morte de Teori, li que “as causas ainda não esclarecidas da queda do avião”… Como assim? Um laudo a respeito não sai antes de 30 ou 40 dias! Em momentos como esse, o atrevimento em aceitar a existência do imponderável é necessário. O perigo das teorias conspiratórias é que elas são racionais, fazem sentido naquela racionalização que busca reorganizar nossa experiência do cotidiano esculhambado por assombros sucessivos e convencem os tolos de que eles, sim, é que são espertos na sua racionalização histérica. Em situações que desorganizam nosso caos diário, é produtivo e inteligente sacrificar esse conforto tosco pelo incômodo de iluminar a forma do desconserto antes de dar a ele uma forma prévia.

    Evidente que não é tolice investigar, questionar e buscar o esclarecimento de tudo. Tolice é querer ser esperto quando basta a lucidez em aguardar as investigações. Pode não ter sido mero acidente? Ora, tudo é possível. Dá para afirmar com certeza? Claro que não. Por enquanto, a única certeza é que, na grande oficina Brasil, esculhambada e caótica, desgraça pouca é bobagem.

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