Uma linha de celular por habitante
TEXTO PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO DESTA QUINTA-FEIRA. A maior democratização da telefonia após a privatização é inegável. Em 1998 ─ ano em que a Telebrás foi vendida pelo governo Fernando Henrique Cardoso, por R$ 22,057 bilhões, fatiada em 12 empresas ─ havia telefones em apenas 32% dos lares brasileiros. Em 2009, segundo a última […]
TEXTO PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO DESTA QUINTA-FEIRA.
A maior democratização da telefonia após a privatização é inegável. Em 1998 ─ ano em que a Telebrás foi vendida pelo governo Fernando Henrique Cardoso, por R$ 22,057 bilhões, fatiada em 12 empresas ─ havia telefones em apenas 32% dos lares brasileiros. Em 2009, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, os telefones, fixos ou celulares, chegavam a 84,3% das residências.
A grande vedete da privatização foi a telefonia celular. Se era artigo inexistente na vida do brasileiro comum antes de 1998, hoje há praticamente uma linha por habitante. Em relação aos 7,4 milhões de linhas há 12 anos, houve um salto de 2500%, para 190 milhões. Desse total, são 82% pré-pagos e 18%, pós-pagos.
Ter uma linha fixa pelos caminhos oficiais, antes da privatização, era tarefa dura. Imperava o mercado paralelo, em que uma linha podia custar US$ 10 mil. Telefone era um bem, declarado no Imposto de Renda. Em julho de 1998, mês da venda da Telebrás, existiam 20,37 milhões de telefones fixos no Brasil. Atualmente, são 44,2 milhões de linhas instaladas, 117% a mais. E boa parte delas está ociosa, ou seja, sobra telefone fixo. As linhas em operação somam 32,6 milhões, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Ainda há muitos desafios, como baratear tarifas, melhorar os serviços e universalizar mais a telefonia. Mas a privatização foi o chute inicial para investimentos que permitiram que o país evoluísse em telecomunicações. E, tão importante quanto a privatização da telefonia, foi a decisão de derrubar o monopólio da Embratel no provimento de internet.