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Augusto Nunes

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Sobram vagas no mausoléu dos corruptos

Um post de 3 de julho registrou que, ao contrário do que imaginam vários amigos da coluna, nem tudo está dominado. Ressalvei que é compreensível a sensação de impotência provocada pela impunidade institucionalizada, pela cumplicidade ativa ou passiva dos três Poderes, pela voracidade da aliança governista, pela pilhagem sistemática dos cofres públicos, pela mansidão bovina […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 11h03 - Publicado em 18 ago 2011, 08h27

Um post de 3 de julho registrou que, ao contrário do que imaginam vários amigos da coluna, nem tudo está dominado. Ressalvei que é compreensível a sensação de impotência provocada pela impunidade institucionalizada, pela cumplicidade ativa ou passiva dos três Poderes, pela voracidade da aliança governista, pela pilhagem sistemática dos cofres públicos, pela mansidão bovina da maioria do eleitorado ─ enfim, pela paisagem política desoladora. Mas a frase que dá por consumado o triunfo dos fora-da-lei será apenas um verso derrotista enquanto existirem imprensa livre e milhões de brasileiros capazes de indignar-se com denúncias consistentes.

O texto se amparou no despejo de Antonio Palocci e no desbaratamento da quadrilha em ação no Ministério dos Transportes. Se dependesse de Dilma Rousseff e, sobretudo, de Lula, o reincidente incurável continuaria na Casa Civil. Depois de 20 dias de resistência, o Planalto teve de render-se. Em 3 de julho, Alfredo Nascimento ainda era ministro. Não teria perdido o emprego dias depois se os brasileiros honestos se dessem por satisfeitos com a demissão dos subordinados fora-da-lei.

Passados 45 dias, multiplicaram-se as evidências de que nem tudo está dominado. Além de Nascimento e seus gatunos, o mausoléu dos corruptos inaugurado por Palocci acolheu, em um mês e meio, o lobista homiziado no Ministério da Agricultura, o irmão de Romero Jucá que colecionava patifarias na Conab, o secretário-executivo do ministério e meia dúzia de defuntos de segunda classe. Nesta tarde, enfim, ali foram alojados os restos políticos de Wagner Rossi.

Não foi um enterro qualquer. O ex-ministro é mais que o primeiro figurão do PMDB incorporado ao jazigo. É o primeiro amigo de fé do vice-presidente Michel Temer abatido pela reação do país que presta. É a prova definitiva de que a opinião pública não vai respeitar imunidades partidárias.

Há uma semana, a presidente Dilma Rousseff replicou em dilmês a jornalistas interessados em saber se era para valer a faxina ensaiada no Ministério dos Transportes: “Não vamos abraçar a corrupção, mas não serei pautada pela mídia”, decolou o neurônio solitário. Dilma continua abraçando corruptos, comprovaram a discurseira falaciosa sobre algemas e fotos de topless, as declarações de apoio a Wagner Rossi e as notas de solidariedade a meliantes do PT. Mas não escapou de ser pautada não pela mídia, mas por fatos divulgados pela imprensa independente. Jornais e revistas informam. Quem pressiona são os brasileiros cansados de ladroagem.

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“O barbudo tem de voltar”, lamuriou-se Alfredo Nascimento no discurso em que se despediu dos cofres do governo. Tradução: os prontuários demitidos sonham com o regresso do Padroeiro dos  Companheiros Bandidos. Para implodir o sonho do clube dos cafajestes, os brasileiros decentes devem exigir o prosseguimento da dedetização indesejada pelo Planalto. O alvo do momento é o Ministério do Turismo. É preciso levantar o diminuto tapete que encobre parcialmente o ministro Pedro Novais. Sobram vagas no jazigo dos assaltantes de cofres públicos.

Confiscar-lhes empregos e gazuas, convém lembrar, é só o começo. O mausoléu dos corruptos deve assinalar o quilômetro zero da estrada que termina na cadeia.

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