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Augusto Nunes

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Reynaldo Rocha: Defender a democracia passou a ser prova de conservadorismo

REYNALDO ROCHA Ser oposição é, acima de tudo, exercitar a divergência. A ditadura militar tinha somente uma posição política: a da exclusão. Em uma perspectiva histórica, a resposta através de grupos armados também era monotemática. Substituir uma ditadura por outra. Conquistamos a democracia nas ruas. E dela nunca podemos abrir mão. Hoje temos uma imprensa […]

Por Redação Atualizado em 30 jul 2020, 23h33 - Publicado em 12 fev 2016, 16h45

REYNALDO ROCHA

Ser oposição é, acima de tudo, exercitar a divergência. A ditadura militar tinha somente uma posição política: a da exclusão. Em uma perspectiva histórica, a resposta através de grupos armados também era monotemática. Substituir uma ditadura por outra. Conquistamos a democracia nas ruas. E dela nunca podemos abrir mão. Hoje temos uma imprensa livre, sem censuras. Podemos ao menos manifestar nossas visões políticas.

Causa espanto ver neste espaço democrático quem defenda soluções à margem do Estado de Direito, e elogie uma ditadura amparado em comparações com o desastre que vivemos. Sinto informar: por maior que seja, o estrago ainda é menor que o causado pela mordaça imposta ao Brasil nos anos sombrios. Se antes éramos “nós x eles”, hoje já assistimos ao “nós x nós”. Soma de resultado zero.

O vírus da intolerância contamina qualquer espaço de discussão. Alguns pretendem transformar um espaço plural em um curral de ideias próprias. “Se você concorda comigo, seja bem-vindo! Se discordar, vou demonstrar que estou certo e você errado. Ou seja, minhas certezas me bastam! Já aprendi tudo o que a vida pode me ofertar. Assim, não me movo da posição em que estou”. O nome disso pode ser qualquer um, menos democracia.

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Não se faz oposição para nada propor. Não se substitui um regime ou governo sem saber o que colocar no lugar. Ser oposição é caminhar para um ponto Ômega. Talvez utópico. Mas, respeitando o que vivemos, aprendemos ─ e a partir daí redesenhamos o novo. Falar em democracia, até mesmo nos espaços plurais, passou a ser sinal de alienação ou conservadorismo. A democracia é de todos, e portanto sujeita a divergências e contestações. Se caminharmos na direção oposta, seremos neo-petistas de direita.

Todo crime deve ser julgado pelo Judiciário. Não demonizo adversários. Não desculpo a farsa. Tento desmascará-la. Seguindo o mestre Guimarães Rosa, digo com orgulho “que de muito pouco sei, mas desconfio de muita coisa”. Com o debate e a democracia, acabo por transformar desconfianças em evidências. É o suficiente.

Cometi muitos erros, e cometerei outros. Minha vida está longe de ser um exemplo de acertos. Mas nunca sucumbi ao sectarismo que impede a convivência de opostos e o respeito aos adversários.

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O que iguala um lulopetista e um neo-petista de direita? A certeza plena de ser dono da verdade. A alteração do passado. A falta de senso crítico. E o olhar eternamente colocado no retrovisor. Tenho receio de ambos. São faces da mesma moeda.

Quero o fim do pesadelo que nos martiriza. Nem por isso desejo quarteladas, nem transformo histórias pessoais em parâmetros definidores do futuro. Isso é coisa de seita. E contra elas me insurjo desde sempre. Sou um devoto do Estado Democrático de Direito e um defensor incondicional da verdade histórica.

Abrir mão desses valores me transformaria num oposicionista “pitbull”. Prefiro ser somente oposicionista.

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