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Augusto Nunes

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O passeio na Feira de Frankfurt ajuda a entender por que tantos escritores preferem não enxergar a indigência verbal de Dilma

O comentarista Flavico pinçou um trecho do artigo de Mario Vargas Llosa sobre a morte lenta do chavismo: “É triste ver o nível intelectual desse governo, cujo chefe de Estado assobia, ruge ou insulta porque não sabe falar.” E acrescentou uma boa pergunta: a que país Vargas Llosa se refere mesmo? A interrogação é muito […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 06h18 - Publicado em 6 Maio 2013, 20h39

O comentarista Flavico pinçou um trecho do artigo de Mario Vargas Llosa sobre a morte lenta do chavismo: “É triste ver o nível intelectual desse governo, cujo chefe de Estado assobia, ruge ou insulta porque não sabe falar.” E acrescentou uma boa pergunta: a que país Vargas Llosa se refere mesmo? A interrogação é muito pertinente. A Venezuela parece cada vez mais aqui.

Por sempre ver as coisas como as coisas são, o grande romancista peruano precisou de dois ou três discursos de Nicolás Maduro para constatar que o herdeiro de Hugo Chávez não sabe falar. Caso se expressasse em português do Brasil, o ganhador do Nobel de Literatura não precisaria de mais que dois minutos ou três parágrafos de um improviso em dilmês para espantar-se com a indigência verbal de Dilma Rousseff.

Nem todos os escritores (e jornalistas) sem avarias no cérebro são militantes do PT. Por que tantos deles fingem ignorar a assombrosa miséria retórica do neurônio solitário? Por que fazem de conta que entendem o que está dizendo a superexercutiva que não diz coisa com coisa? O que há com esses intelectuais que contemplam com mansidão bovina, entre uma e outra salva de palmas, a discurseira que reitera a celebração da ignorância?

O que há é o de sempre. Há o medo de melindrar a “esquerda” e entrar na alça de mira das milícias do PT. Há o temor de cair em desgraça com Lula, o pai dos pobres, ou irritar Dilma Rousseff, a mãe dos miseráveis, e ser estigmatizado como inimigo da pátria. Há, sobretudo, o pavor de ficar fora da turma contemplada com bênçãos, favores e, sobretudo, verbas federais.

Em troca da inclusão de um livro na lista dos recomendados pelo MEC, garantia de muitos milhões em direitos autorais, o mais indignado dos rebeldes de antigamente entrega a mãe e oferece a avó como brinde. Outros fecham negócio a preços de ocasião. Por exemplo, uma vaga no grupo formado por mais de 70 escritores que, em outubro, vai representar o Brasil na Feira de Frankfurt.

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A multidão ficará pelo menos quatro dias por lá, comendo, bebendo, dormindo em excelentes hotéis e vendendo seu peixe — tudo pago com o dinheiro que o governo subtrai dos pagadores de impostos. Um passeio desses na Alemanha ─ e de graça ─ costuma valer mais que a cumplicidade silenciosa. A maioria dos viajantes saberá retribuir a demonstração de apreço pelos literatos da terra com gentilezas adicionais.

Entre elas se inclui a esperta forma de miopia que faz enxergar um monumento à inteligência num cérebro baldio, incapaz de produzir uma única ideia que preste, uma só frase com começo, meio e fim. Ou dizer   qualquer coisa que possa mitigar a constatação perturbadora: nunca houve na história do Brasil uma figura tão irremediavelmente despreparada para exercer a presidência da República.

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