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Augusto Nunes

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O homem do top-top-top está muito animado com mais uma má notícia

Só a descoberta do defeito mecânico no avião da TAM que explodiu no fim da pista de Congonhas deixou Marco Aurélio Garcia tão animado quanto a descoberta da doença da ministra Dilma Rousseff. Em julho de 2007, o assessor especial do presidente Lula saudou com o mais ultrajante top-top-top a notícia, divulgada pelo Jornal Nacional, de […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 17h43 - Publicado em 29 abr 2009, 18h16

Só a descoberta do defeito mecânico no avião da TAM que explodiu no fim da pista de Congonhas deixou Marco Aurélio Garcia tão animado quanto a descoberta da doença da ministra Dilma Rousseff. Em julho de 2007, o assessor especial do presidente Lula saudou com o mais ultrajante top-top-top a notícia, divulgada pelo Jornal Nacional, de que a negligência do governo federal não fora a causa principal do acidente que matou 154 brasileiros. Flagrado por um cinegrafista, tentou reduzir a celebração obscena a um desabafo gestual endereçado aos eternos inimigos do povo, interessados em desmoralizar um sistema de transporte aéreo impecável. Se o culpado fora o piloto, a TAM que se explicasse. Quanto aos parentes das vítimas, que se queixassem à empresa. Ou a Fernando Henrique Cardoso.  Ou ao bispo.

Agora longe de câmeras que ignoram o direito à privacidade, vem aí mais um top-top-top do especialista em complicações cucarachas que só por falta de tempo não virou garoto propaganda do programa Saúde Bucal. A julgar pelas primeiras declarações sobre o câncer de Dilma, Garcia só espera que a escolhida por Lula apareça um pouco melhor no retrato extraído da próxima pesquisa para comemorar a (para os adversários) péssima notícia: o linfoma da candidata livrou o PT de agonizar abraçado a candidatos com anemia aguda.”Eu ouvi um parecer do meu filho que é médico que me deu duas opiniões e me parece que a segunda é mais importante”, começou o diagnóstico. “Do ponto de vista médico ele me disse que ela tira isso de letra, mas do ponto de vista político ele disse que isso vai reforçar a candidatura dela”. Do ponto de vista do Brasil que pensa, Garcia conseguiu, com 53 palavras, agredir o idioma, atropelar a sensatez e esfaquear a misericórdia.

Ele também ouviu o filho que mora em Londres horas antes de afrontar milhões de brasileiros feridos pelas dimensões do desastre no aeroporto em São Paulo. “Conversamos por telefone”, informou. Não foi uma conversa, soube-se agora. Foi uma consulta com o jovem inventor da medicina política. Há dois anos, deve ter ouvido do garotão que mais importante que confortar os parentes das vítimas era isentar o governo de culpas ou suspeitas. Nesta semana, ouviu o parecer que apresentou ao Brasil a versão londrina do médico modelo de Lula.

Como ensinou o presidente, o filho de Garcia não diz  “sifu” nem ao moribundo na hora da extrema-unção. Mas vai além: depois de comunicar ao paciente que existem chances de sobrevivência, também oferece uma taça de champagne. O pai continua preferindo festejar más notícias com o top-top-top popularizado por uma das grandes criações do cartunista Henfil: Baixim, um dois fradinhos imortalizados no Pasquim, que vivia batendo uma mão aberta na outra fechada para provocar Cumprido, o parceiro bem-comportado. Garcia usa o gesto para provocar o país.  O filho de Henfil era divertidamente perverso. O pai do gênio de jaleco é apenas brutal.

Em “Bonitinha, mas ordinária”,  um personagem de Nelson Rodrigues repete obsessivamente que “o mineiro só é solidário no câncer”. A mineira Dilma acaba de descobrir que o gaúcho Garcia não é solidário nem num linfoma.

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