Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O deputado que se lixa para a opinião pública virou suplente do clube que preside

Em maio de 2009, incumbido pelo Conselho de Ética da Câmara de redigir o parecer sobre o  “Caso do Castelo”, o deputado gaúcho Sérgio Moraes foi logo avisando que absolveria o colega mineiro Edmar Moreira, acusado de quebra do decoro parlamentar por ter esquecido de incluir na declaração de bens a maluquice arquitetônica avaliada em […]

Por Branca Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 12h57 - Publicado em 3 fev 2011, 19h02

sergio-moraes

Em maio de 2009, incumbido pelo Conselho de Ética da Câmara de redigir o parecer sobre o  “Caso do Castelo”, o deputado gaúcho Sérgio Moraes foi logo avisando que absolveria o colega mineiro Edmar Moreira, acusado de quebra do decoro parlamentar por ter esquecido de incluir na declaração de bens a maluquice arquitetônica avaliada em mais de R$ 20 milhões. Fora um pecado venial, decidiu. Pecado mortal, e portanto irremissível, era a chuva de críticas que desabou sobre a cabeça do relator. Ofendido, Moraes foi à luta. E pousou espetacularmente no Sanatório Geral a bordo de duas frases que fundiam em doses exatas cinismo e sinceridade:  “Estou me lixando para a opinião pública. Vocês batem, batem, e nós nos reelegemos mesmo assim”.

A coluna entendeu que quem diz uma coisa dessas merece mais que um estágio no Sanatório. E resolveu promover uma enquete para que os leitores decidissem, entre quatro opções, o que deveria ser feito com o deputado do PTB. Do total de 1.382 votantes, 147 sugeriarm que assumisse o Ministério de Relações com o Congresso, 217 o lançaram candidato ao Senado e 229 preferiram confiná-lo em Santa Cruz do Sul, cidade de que foi prefeito mais de uma vez. Venceu a quarta oposição: por decisão de 789 eleitores (57.0%), Sérgio Moraes foi eleito presidente vitalício do Clube dos Cafajestes.

Em outubro, a reeleição do deputado que se lixa para a opinião pública mostrou que ele conhece o próprio eleitorado. Nesta semana, na quermesse de abertura dos trabalhos legislativos, a eleição de Moraes para a 4ª suplência da Mesa da Câmara demonstrou que a declaração que o celebrizou apenas traduziu o que a turma toda pensa, mas não diz em público. Conseguiu 395 votos, 20 a mais que o novo presidente Marco Maia. O que importa, no caso, não é o cargo. É o ocupante. O apoio de quase 400 deputados a uma flor da abjeção reduz de vez o Congresso a uma extensão parlamentar do Clube dos Cafajestes.

O Brasil não é para amadores, ensinou Tom Jobim. Não é mesmo, confirma o paradoxo produzido por Sérgio Moraes: por misteriosos motivos, ele virou suplente de um anexo do clube que vai presidir até morrer.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.