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O departamento de necrofilia eleitoreira do PT descobriu tarde demais que um dos conspiradores de 1975 é amigo do chefe

A direção do PT deveria ter recomendado ao departamento de necrofilia eleitoreira que, antes de transformar o assassinato de Vladimir Herzog em instrumento de caça ao voto, confrontasse a lista de envolvidos no episódio com a relação dos bandidos de estimação do chefe. Essa medida preventiva conduziria, já na escavação inaugural, à localização de José […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 06h39 - Publicado em 18 mar 2013, 21h11

A direção do PT deveria ter recomendado ao departamento de necrofilia eleitoreira que, antes de transformar o assassinato de Vladimir Herzog em instrumento de caça ao voto, confrontasse a lista de envolvidos no episódio com a relação dos bandidos de estimação do chefe. Essa medida preventiva conduziria, já na escavação inaugural, à localização de José Maria Marin numa suíte da catacumba reservada a assombrações que Lula abençoou.

Hoje presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marin era deputado estadual da Arena de São Paulo quando se envolveu na conspiração que resultou na prisão, tortura e morte de Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura. Ele entrou em cena na tarde de 9 de outubro de 1975, durante a sessão da Assembleia Legislativa, com o aparte ao discurso do colega Wadih Helu que o incorporou oficialmente à ofensiva forjada para “impedir que uma emissora sustentada pelo governo continuasse sob o controle de comunistas”.

Depois de reiterar que a Cultura só divulgava notícias desfavoráveis ao regime militar e prejudiciais à imagem do país, Marin cobrou do governador Paulo Egydio Martins o imediato desencadeamento do expurgo. “É preciso mais do que nunca uma providência, a fim de que a tranquilidade volte a reinar não nesta casa, mas principalmente nos lares paulistanos”, concluiu. O apelo foi atendido em 25 de outubro por agentes da linha dura liderada em São Paulo pelo general Ednardo D’Ávila Mello, comandante do II Exército.

Resgatada pelo jornalista Juca Kfouri, a participação de Marin no episódio acrescentou um item  especialmente repulsivo à folha corrida que vinha registrando delitos pouco impressionantes para os padrões do Brasil Maravilha ─ furtos de medalhas, por exemplo, ou pagamentos mensais suspeitíssimos ao comparsa Ricardo Teixeira. Até Dilma Rousseff se constrange ao imaginar que, aos olhos do mundo, o país que organiza a Copa de 2014 vai ficar com cara de José Maria Marin.

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“É como se a Alemanha tivesse convidado um membro do antigo partido nazista para organizar a Copa de 2006″, compara o jornalista Ivo Herzog, filho de Vlado. “Sou vítima de uma torpe campanha, baseada em mentiras e deturpação de fatos do passado”, repetiu Marin nesta segunda-feira. A foto que registra a harmoniosa tabelinha, aprovada pelo retrato de Dilma, avisa que pode contar com a ajuda do ex-presidente.

“Lula é 10″, diz Marin na camiseta da Seleção. O sorriso amarelo do parceiro informa que, para Lula, Marin é 10 também. Mas não convém que todo mundo saiba disso.

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