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Augusto Nunes

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O caso do menino do Piauí ficou ainda mais escabroso

O pai da criança não sabia que sua atitude "ia dar BO", já que o colega de cadeia havia contado que tinha "apenas matado a mulher"

Por Branca Nunes Atualizado em 6 out 2017, 18h51 - Publicado em 5 out 2017, 21h12

O avanço das investigações da história do menino de 13 anos encontrado numa cela, escondido sob o estrado da cama de um homem que cumpre pena por estupro de vulnerável (ato praticado contra menor de 14 anos), tornou o caso ainda mais escabroso. Primeiro, descobriu-se que o preso, José Ribamar Pereira Lima, de 52 anos, foi condenado não por um, mas por dois crimes do gênero. Em seguida, soube-se que a criança permaneceu na cadeia por insistência do pai, Gilmar Francisco Gomes, de 49 anos. Mais: Gilmar conheceu José Ribamar na própria penitenciária, onde cumpriu pena também por estupro. Para completar a sequência de assombros, Gilmar declarou que não imaginava que o que fez “ia dar BO”, porque o companheiro de xadrez lhe contara que “tinha apenas matado a mulher”.

Nesta quinta-feira, Gilmar foi preso e Sebastiana Rodrigues Gomes perdeu a guarda dos quatro filhos, transferidos a pedido do Conselho Tutelar para um abrigo em Teresina. “Eu não queria que meu filho ficasse na cela”, disse Sebastiana a VEJA . “Quando cheguei em casa, pensei no que podia ter acontecido com ele e comecei a chorar”. Embora também tenha sido decretada sua prisão preventiva, ela deixou a cadeia porque a juíza Andrea Parente Lobão Veras acreditou na versão que apresentou.

Na Colônia Agrícola Major César Oliveira, onde Ribamar está detido, a lavoura é administrada pelos próprios presos que comercializam os produtos e, na época da colheita, podem contratar trabalhadores a R$ 20 por dia. Como informou VEJA, o inquérito policial registra que “Gilmar e Sebastiana foram no sábado a convite de Ribamar trabalhar na irrigação da lavoura com dois filhos, um de 13 e outro de 9 anos. Em troca, eles ganharam um prato de comida. Por volta das 16 horas, o mais velho foi dizer à mãe que Ribamar queria que ele dormisse lá. ‘Pra quê, menino?, questionou Sebastiana, afirmando que ele voltaria com ela. Gilmar interveio e disse ‘com veemência’ que o garoto ficaria lá, já que Ribamar se queixava de solidão”.

A repercussão do caso induziu o governo do Piauí a adotar novas regras para a fiscalizar a entrada de crianças e adolescentes nos presídios do Estado. “Hoje tivemos um importante encontro com entidades e instituições em favor dos direitos da criança e adolescente no Piauí”, discursou Daniel Oliveira, secretário de Justiça. “Vamos continuar os avanços e a modernização do sistema prisional, agora sob mais esse olhar diferenciado para o respeito aos nossos piauienses mais jovens”. Os dois grupos de trabalho criados pelo governo terão cerca de 15 dias para apresentar propostas e sugestões, prazo que pode ser renovado por mais 15 dias.

Parece pouco tempo. Não é. Infelizmente, num Brasil infestado de josés ribamares, gilmares e sebastianas, há crianças violentadas demais.

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