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Augusto Nunes

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Lula, leve e solto

A popularidade do ex-presidente saltou de 33% para 37% porque não se para de falar nele. A visibilidade é potencializada pelos veículos de comunicação

Por Eliane Cantanhêde
Atualizado em 30 jul 2020, 20h21 - Publicado em 22 ago 2018, 17h20

Eliane Cantanhêde (publicado no Estadão)

Sabem aquela história do “falem mal, mas falem de mim”? É exatamente o que ocorre com o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba, mas corre livre, leve e solto na mídia. É pelo “recall” do seu governo, mas também pelo excesso de exposição, que Lula se mantém disparado na liderança do Ibope, apesar de ser flagrantemente inelegível.

A cada habeas corpus, Lula ganha boa visibilidade tanto no pedido quanto na negativa. Quando o desembargador Rogério Favreto deu uma canetada para soltá-lo, Lula ganhou sucessivas manchetes ao longo de um domingo inteiro, com a decisão de Favreto, a reação do juiz Sérgio Moro, as negativas do relator e do presidente do TRF-4, a nota da presidente do STF, Cármen Lúcia.

E a intensa exposição continuou ao longo da semana, com as cacetadas da presidente do STJ, Laurita Vaz, e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Sem contar as reportagens, colunas, análises e entrevistas que inundaram a mídia brasileira. Só se falava em Lula.

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E continua assim. Tem greve de fome de militante, manifestação vermelha parando o trânsito na capital da República, o mais do que polêmico registro da chapa, a dúvida sobre quem seria relator dos dez pedidos de impugnação. Até um comitezinho técnico de um órgão da ONU ganha primeiras páginas. E o que já se disse e se escreveu sobre Lula e Fernando Haddad?

É assim que Lula, sem tirar o pé da cela, continua crescendo como candidato que ele efetivamente não é. No último Ibope, tinha 33%, agora tem 37%, enquanto os demais continuam praticamente congelados, oscilando dentro da margem de erro. Jair Bolsonaro se consolidou com 18%, Marina Silva tem 6%, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin estão empatados em 5%, e Álvaro Dias fica em 3%. Ou seja, Marina, Ciro e Alckmin estão embolados.

Lula conseguirá transferir seu imenso capital de votos para o “vice” Haddad, que aparece com apenas 4%? Sem Lula, o que aumenta é o estoque de votos brancos, nulos e indecisos (38%), enquanto os demais candidatos, à exceção de Dias, beliscam votos do ex-presidente. Até Bolsonaro e Alckmin ganham dois pontos cada, e Ciro Gomes, quatro. Mas quem mais lucra é Marina, que dobra seu porcentual. Com Lula, ela tem 6%; sem ele, 12%.

Entram aí dois fatores relevantes. Um é que Marina foi do PT, ministra do governo Lula, e é a terceira vez que disputa a Presidência. Outro é que a biografia dela não fica nada a dever à dele: cabocla nortista, também nasceu pobre, num seringal no Acre, foi alfabetizada já na adolescência e é vista pelo eleitorado como “gente como a gente”. De quebra, Marina Silva é a única mulher no pelotão de frente da sucessão e é a que tem o maior porcentual de votos femininos.

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É assim que a eleição vai chegando ainda indefinida até o início da propaganda no rádio e na televisão, a partir do dia 31, com Haddad correndo contra o tempo e uma disputa acirradíssima entre o cristalizado poder eleitoral da TV e o emergente poder eleitoral das redes sociais que transformaram Bolsonaro no fenômeno da campanha de 2018.

Contra o crescimento de Haddad e a consolidação de Bolsonaro trabalham Ciro e Marina, que perderam a guerra pelas alianças, e Alckmin, que tem várias vezes mais tempo na TV e mais estrutura de campanha. É exatamente por isso que Ciro e Marina deixam Haddad e Bolsonaro para lá e focam suas baterias contra o tucano. Querem impedir que cresça.

Significa que, na tentativa de isolar Alckmin, Marina, Ciro e também Álvaro Dias podem estar trabalhando efetivamente para garantir o segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Os três não têm força para ganhar, mas têm para derrotar o PSDB e, enfim, eleger PT ou Bolsonaro.

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