Imagens em Movimento: A reinvenção do cinema
SYLVIO DO AMARAL ROCHA Hollywood já não consegue emplacar um filme que arrecade milhões de dólares com a mesma facilidade dos bons tempos. Sempre em busca de filmes mais baratos – mas não menos lucrativos –, a indústria cinematográfica empenhou-se em desenvolver e aperfeiçoar a tecnologia 3D – aposta para atrair grandes plateias e competir […]
SYLVIO DO AMARAL ROCHA
Hollywood já não consegue emplacar um filme que arrecade milhões de dólares com a mesma facilidade dos bons tempos. Sempre em busca de filmes mais baratos – mas não menos lucrativos –, a indústria cinematográfica empenhou-se em desenvolver e aperfeiçoar a tecnologia 3D – aposta para atrair grandes plateias e competir com televisores gigantescos ou home theaters providos de potentes caixas de som.
Alguns lunáticos insistem em prever o fim do cinema (o fim de tudo já foi previsto), e não falta quem afirme que essa arte morreu. Pura insensatez. O cinema apenas está se adaptando a um mundo em permanente ebulição, decorrente das novas mídias e da reviravolta provocada pelos meios digitais. Pode até perder público, reinventar-se, migrar para outros formatos, redes e telas. Mas nunca morrerá.
Enviado pelo Oliver, comentarista da coluna, Modern Times, de Ben Craig, aponta um futuro possível. Filmado com uma câmera que pode ser alugada por cerca de R$ 400, foi realizado com pouco dinheiro e muita colaboração dos amigos. Nada disso empobreceu a qualidade: Modern Times é um dos mais belos curta-metragens dos últimos anos.
As cenas foram gravadas em frente a uma tela verde (chamada cromakey) e o cenário foi aplicado depois. Os efeitos visuais são impecáveis e o uso do flare (luz que entra na lente da câmera) é muito bem produzido. Repare no livro que o personagem principal lê: The making off Kubrick’s 2001 (O making of de 2001, de Kubrick), de Jerome Angel. O diretor de 2001, Uma Odisséia no Espaço é um dos homenageados neste filme. O nome do curta traz outra referência importante ao cinema: Charles Chaplin e seu Tempos Modernos, de 1936.
Em Modern Times, o projecionista, profissão dada como extinta, ganha nova roupagem, e Charles Chaplin está tão atual como no início do século XX. Uma bela homenagem ao cinema.
[vimeo 17631561 w=480 h=295]