Imagens em Movimento: A 7ª arte vai ao baile
SYLVIO DO AMARAL ROCHA Todo cinéfilo tem um filme de Ettore Scola na lista dos preferidos. O Baile, de 1983, é um desses clássicos imperdíveis. Sem um único diálogo, o diretor convida os espectadores para um baile que começa em 1920 e durará 50 anos. Além de homenagear o cinema (com planos e movimentos de […]

SYLVIO DO AMARAL ROCHA
Todo cinéfilo tem um filme de Ettore Scola na lista dos preferidos. O Baile, de 1983, é um desses clássicos imperdíveis. Sem um único diálogo, o diretor convida os espectadores para um baile que começa em 1920 e durará 50 anos. Além de homenagear o cinema (com planos e movimentos de câmera que fazem referência a períodos importantes da sétima arte), o filme passeia por diferentes épocas valendo-se da trilha sonora, da maneira de dançar, do figurino e das relações entre personagens. Os sentimentos humanos são os mesmos, mas os acontecimentos históricos e o jogo do poder no decorrer das décadas explicitam momentos, frequentemente conturbados, vividos pelo mundo, sobretudo pela Europa. Uma síntese impecável.
Chega de Saudade, de Laís Bodansky – embora não deva ser comparado ao do diretor italiano – produz um belo retrato de um baile da terceira idade. O filme começa com a entrada dos personagens no União Fraterna (clube bastante conhecido dos amantes da dança em São Paulo) e o fim coincide com o encerramento da festa. Uma noite ─ e nada mais. Os destaques são algumas interpretações e a câmera de Walter Carvalho.
O vídeo abaixo pode ser comparado aos melhores momentos de O Baile e Chega de Saudades. Criado em 2011, o filme é o comercial de um shopping londrino que ousa mostrar 100 anos de moda em 100 segundos de imagens. Falhas como sombras que desaparecem repentinamente e a falta de leveza nos passos de alguns dançarinos são ofuscadas diante dos belos figurinos e da montagem admirável. Vale cada passo.
[vimeo 28748175 w=480 h=295]