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Gonçalo Osório: Francisco repete no Brasil a lição de João Paulo II na Polônia de 1979

Interessantes são as comparações feitas entre a viagem de Francisco ao Brasil e a de João Paulo II a Varsóvia, em 1979, pouco depois de ter sido escolhido (outubro de 78). Claro que temos uma democracia enquanto a Polônia, naquela época, era parte da órbita do império soviético, com o comunismo mantido pelo Exército Vermelho. […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 05h44 - Publicado em 26 jul 2013, 13h48

Interessantes são as comparações feitas entre a viagem de Francisco ao Brasil e a de João Paulo II a Varsóvia, em 1979, pouco depois de ter sido escolhido (outubro de 78). Claro que temos uma democracia enquanto a Polônia, naquela época, era parte da órbita do império soviético, com o comunismo mantido pelo Exército Vermelho. Portanto, tinha um regime ditatorial. Mas a comparação que quero fazer é outra.

Em ambos os casos, trata-se de Papas com uma mensagem de valores frente a governantes cínicos, mentirosos, corruptos e desmoralizados. Nós, no Brasil, podemos dizer isto que o governo lulopetista é: um embuste promovido por canalhas. Os poloneses não podiam chamar o próprio regime pelo nome — e assim aqui estaríamos, não fossem as regras do regime democrático que o PT sempre combateu (e continua tentando subverter).

Mas voltemos aos dois Papas: eles disseram na cara dos governantes aquilo que de fato são os governantes de hoje, no Brasil, e eram os governantes de então, na Polônia: enganadores que não enganam mais. Wojtyla na Praça da Vitória, em Varsóvia, naquele inesquecível verão de 79, expôs as mazelas de um regime já condenado, podre por dentro, composto apenas de aparências. Bergoglio na Favela da Varginha deu o mesmo recado: o que os Cabral e as Dilmas e os Lulas chamam de “justiça social” nada mais é do que marketing político da pior espécie.

As mazelas da sociedade brasileira são mais profundas e se localizam naquilo que nossos governantes (como os governantes da Polônia) sempre desprezaram: valores democráticos, pluralistas, genuínos. Não sou religioso nem pertenço a qualquer das denominações de fé. Mas sinto, quando vejo esse Papa, aquela satisfação de ver o trabalho inteligente e intelectual de quem, preservando todas as formas e aparências, põe o dedo na cara desse bando de cínicos, desses medíocres que nos governam, desses canalhas que pensam que ainda nos enganam, desses corruptos safados e sem vergonha, dessa presidente incompetente e pequena — e os chama pelo que são: seres desprezíveis.

Ninguém mais lembra, hoje, quem foram os governantes da Polônia de 79. Caíram no lixo da História. É para onde irão Lula, Dilma e o lulopetismo.

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