Gilmar Mendes no Roda Viva: O Mensalão e o Petrolão revelaram um método de governo
O entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira foi Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que também exercerá a partir de 12 de maio a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Na Suprema Corte desde 2002, uma de suas decisões mais recentes foi suspender a nomeação de Lula para a chefia da Casa Civil do governo […]

O entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira foi Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que também exercerá a partir de 12 de maio a presidência do Tribunal Superior Eleitoral. Na Suprema Corte desde 2002, uma de suas decisões mais recentes foi suspender a nomeação de Lula para a chefia da Casa Civil do governo federal.
“O presidente Lula não está sendo impedido de tomar posse por ser investigado”, observou Gilmar Mendes no primeiro bloco do programa, invocando o teor de uma das conversas interceptadas pela Polícia Federal e divulgadas pelo juiz Sergio Moro. “A alegação é que se nomeou Lula ministro para ele fugir ao foro de Curitiba. Na gravação claramente se diz que se estava entregando um ato para que ele usasse como um habeas corpus de caráter preventivo”.
Ao comparar o escândalo do Mensalão ao caso do Petrolão, o entrevistado fez um mea culpa: “Eu sempre me pergunto: onde é que falhamos? Por que não foi um incidente que ocorreu num departamento do Ministério dos Transportes ou do de Minas e Energia. Isto é um método de governo”. Considerado na época o maior esquema corrupto da história do Brasil, o ministro registrou que as cifras movimentadas pelo Mensalão hoje parecem “dinheiro de criança”.
Para Gilmar Mendes, os “sinais de disfuncionalidade” exibidos há muito tempo pelo governo de Dilma Rousseff podem prenunciar um colapso de todo o sistema. “Tivemos ministros que ocuparam o cargo por menos de 24 horas”, lembrou. “A soma de tudo isso não permite deslanchar as atividades do governo”.
A bancada de entrevistadores reuniu os jornalistas Ricardo Setti, Pedro Dias Leite (VEJA), Sonia Racy (Estadão), André Guilherme Vieira (Valor) e Bela Megale (Folha). Com ilustrações em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura.