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Fernando Tibúrcio: Perto da Venezuela bolivariana, até o Zimbábue parece um modelo de estabilidade econômica

O advogado Fernando Tibúrcio, que defende o senador boliviano Roger Pinto Molina, precisou de poucas palavras para exibir as dimensões da crise econômica da Venezuela. Confira: A moeda venezuelana está oficialmente cotada a 6,30 bolívares por dólar. No paralelo, um dólar compra mais de oitenta bolívares. O governo quer proibir na marra as trocas monetárias […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 04h22 - Publicado em 25 fev 2014, 19h57

O advogado Fernando Tibúrcio, que defende o senador boliviano Roger Pinto Molina, precisou de poucas palavras para exibir as dimensões da crise econômica da Venezuela. Confira:

A moeda venezuelana está oficialmente cotada a 6,30 bolívares por dólar. No paralelo, um dólar compra mais de oitenta bolívares. O governo quer proibir na marra as trocas monetárias feitas em qualquer esquina pelo povo, desesperado com a evaporação de suas economias. As informações contidas  neste link me lembraram a Era Sarney, quando o Plano Cruzado nos metamorfoseou em fiscais da Sunab e a Polícia Federal foi laçar boi no pasto. 

A decomposição da moeda produz situações inverossímeis. Uma delas foi vivida por um amigo que esteve recentemente em Caracas. Ao fazer o check-out no hotel, seu cicerone perguntou-lhe se a conta de U$700 seria paga com moeda americana, bolívares ou cartão de crédito. Em dólares, respondeu meu amigo. O cicerone então pediu que lhe emprestasse as cédulas, foi até a esquina, trocou-as no câmbio negro, pagou a conta em bolívares, devolveu ao meu amigo uma bolada em bolívares equivalente aos 700 dólares e ficou com a diferença. Uma simbiose perfeita: a estada no hotel saiu de graça e o cicerone ficou feliz da vida.

O governo Nicolás Maduro criou outro assombro: o “turismo cambial”. As pessoas compram passagens mas não viajam. Preferem gastar na Venezuela os dólares que podem ser comprados no câmbio oficial por quem vai passar uma temporada no exterior. Resultado: no Aeroporto de Maiquetía, em em Caracas, os aviões agora decolam com 30 % dos assentos vazios.. 

Perto da Venezuela bolivariana, até o Zimbábue parece um modelo de estabilidade econômica.

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