Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
Imagem Blog

Augusto Nunes

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Especial VEJA: Golbery do Couto e Silva, o conspirador da Casa da Borracha

Publicado na edição impressa de VEJA Golbery do Couto e Silva teve papel destacado no governo dos generais que gostavam dele — Castello e Geisel — e abandonou o de João Figueiredo, em 1981, por discordar da decisão do presidente de acobertar os terroristas de farda que se explodiram acidentalmente em um Puma no estacionamento […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 04h03 - Publicado em 14 abr 2014, 08h32

Publicado na edição impressa de VEJA

826_general_golbery_do_couto_e_silva_ao_lado_de_ernesto_geisel

General Golbery do Couto e Silva (à esquerda) e Ernesto Geisel

Golbery do Couto e Silva teve papel destacado no governo dos generais que gostavam dele — Castello e Geisel — e abandonou o de João Figueiredo, em 1981, por discordar da decisão do presidente de acobertar os terroristas de farda que se explodiram acidentalmente em um Puma no estacionamento do Riocentro, aonde foram com o objetivo de amedrontar a audiência de um show de música popular brasileira. Golbery ajudou a montar a estratégia de devolução do poder aos civis de forma “lenta e gradual”, e os chefes militares dos desastrados do Puma tentavam boicotar o processo de volta à normalidade. Figueiredo, autor da promessa “prendo, arrebento” quem for contra a abertura, cedeu aos radicais.

Continua após a publicidade

Criador do Serviço Nacional de Informações (SNI), temido como polícia política (que não era) e por bisbilhotar a vida de adversários e aliados (o que fazia), Golbery foi o mais admirado e odiado personagem do regime militar. Os estudantes o chamavam de Golbery do “Colt” e Silva.

Ele fez muito antes. Nada no dia 31 de março. Passara para a reserva havia dois anos e meio, limitando-se a fazer companhia a Ernesto Geisel, que participava de um grupo volante sempre ao alcance de um telefone. No governo Jânio Quadros presidiu o Conselho de Segurança Nacional, ao qual se subordinava o Serviço Federal de Informações e Contrainformações (SFICI). Ali, no edifício onde havia uma loja da Casa da Borracha, tomou gosto por enxergar tudo pela ótica de “reservado”, “secreto” e “ultrassecreto”. Golbery carimbou “secreto” no bilhetinho em que Jânio, dois dias antes da renúncia, em 25 de agosto de 1961, pedia relatos sobre sua obsessão: anexar as Guianas.

Continua após a publicidade

A partir de janeiro de 1962 foi para o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipês), sob a ótica de hoje uma ONG mantida por empresários temerosos do caos e das apropriações do governo Jango, que enxergavam como a preparação para a implantação do comunismo no Brasil.

Golbery era um tipo raro que pensava com clareza e escrevia com ambiguidade. Para ele, a democracia era participativa, com diversos diques institucionais a separar o poder da vontade popular — não para sabotá-la, mas para servi-la sem solavancos e ameaças à “segurança nacional”. Desconfiava do capital estrangeiro e do livre mercado. Ao Estado caberia dirigir a economia e, para evitar o totalitarismo, seria preciso exercitar o “planejamento democrático”.

Glauber Rocha o considerava “gênio da raça”. Mourão Filho descreveu-o como um “cérebro doentio”.

Colaboradores: André Petry, Augusto Nunes, Carlos Graieb, Diogo Schelp, Duda Teixeira, Eurípedes Alcântara, Fábio Altman, Giuliano Guandalini, Jerônimo Teixeira, Juliana Linhares, Leslie Lestão, Otávio Cabral, Pedro Dias, Rinaldo Gama, Thaís Oyama e Vilma Gryzinski.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.