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Augusto Nunes

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Especial VEJA: Arthur da Costa e Silva, um duro entre os duríssimos

Publicado na edição impressa de VEJA “Assumo eu o comando do Exército, por ser o mais antigo dos generais presentes no Rio.” Com essas palavras, Arthur da Costa e Silva definiu a mudança de regime num Palácio da Guerra quase vazio, em 1º de abril de 1964. Também esboçou um racha que se replicaria ao […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h59 - Publicado em 27 abr 2014, 08h31

Publicado na edição impressa de VEJA

CostaeSilva

“Assumo eu o comando do Exército, por ser o mais antigo dos generais presentes no Rio.” Com essas palavras, Arthur da Costa e Silva definiu a mudança de regime num Palácio da Guerra quase vazio, em 1º de abril de 1964. Também esboçou um racha que se replicaria ao longo das duas décadas de ditadura. O golpe militar havia sido orgânico, brotando como uma força coletiva dos diversos comandos, unificados pelo que viam como a destruição iminente das Forças Armadas. Mas nem bem começava a dança dos quepes e a organicidade já tinha ido para o espaço.

O comando do movimento e do país passou a ser disputado por Humberto Castello Branco, líder do grupo chamado de Sorbonne, e pelo próprio Costa, apelidado de Croupier, mais antigo, mais bem qualificado como primeiro da turma na disputa da Escola Militar que se prolongava por toda a duração da carreira dos envolvidos e mais rápido em assumir posições de controle nas horas decisivas de desmantelamento do governo.

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Com alguma resistência, o “homem da tropa”, que em 1º de abril se autodesignou chefe do Comando Supremo da Revolução, perdeu para o rival mais intelectualizado e melhor de articulação. “Muito astucioso e muito esperto”, como definiu Carlos Lacerda, o governador com quem se atritou logo nos primeiros dias do novo regime, o Croupier teria de esperar a sua vez na trincheira poderosa do Ministério da Guerra. Assim resumiu o historiador Hélio Silva os choques daí decorrentes: “Em um momento crucial, uma ala extremada, que constituía a associação Líder, considerou a hipótese da deposição de Castello. A ocasião esperada era um almoço, na Vila Militar, a que compareceram Castello e Costa e Silva. O ministro da Guerra, porém, preferiu manter Castello sob custódia. Assim, quando sua candidatura foi levantada, não havia quem a ela se opusesse”.

O bigode, a cara de mau e os óculos escuros fariam de Costa e Silva a imagem estereotipada do ditador latino-americano. Mas o homem que endureceu a ditadura e assinou o Ato Institucional nº 5, uma aberração liberticida do começo ao fim, planejava uma espécie de redemocratização, mesmo à sua moda. Pretendia anunciá-la no 7 de setembro de 1969. Em 28 de agosto, começou a sentir dificuldade para falar e outros sintomas de trombose. Embarcado em Brasília, desceu no Rio e pronunciou suas últimas palavras para a mulher, Yolanda, que sempre lhe pedia repouso: “Você tinha razão”. Morreu três meses e meio depois. Uma linha mais dura ainda já estava no poder.

Colaboradores: André Petry, Augusto Nunes, Carlos Graieb, Diogo Schelp, Duda Teixeira, Eurípedes Alcântara, Fábio Altman, Giuliano Guandalini, Jerônimo Teixeira, Juliana Linhares, Leslie Lestão, Otávio Cabral, Pedro Dias, Rinaldo Gama, Thaís Oyama e Vilma Gryzinski.

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